Chamamos 'hífen' o sinal gráfico (-) que empregamos na língua portuguesa a fim de indicar a ligação entre palavras compostas ou aquelas que são derivadas por meio do processo morfológico conhecido como prefixação.
Para começar a entender o emprego correto desse sinal, é importante não confundi-lo com os acentos gráficos diacríticos, como o til e a cedilha, por exemplo. Quando o sinal é diacrítico, ele necessariamente implica em uma alteração fonética na palavra, o que não acontece nas palavras com hífen.
É possível observar essa diferença nos dois conjuntos de palavras abaixo.
bocal - boçal;
forca - força;
manha - manhã.
sobre-humano;
micro-ondas;
guarda-chuva.
Conteúdo deste artigo
Como utilizar o hífen
Emprego do hífen nos substantivos compostos
Considerando a ausência de alteração fonética mencionada mais acima, quando as palavras são compostas e elas mantém a sua independência fonética, de modo a ficar evidente a composição, essas palavras são grafadas com hífen. Observamos essa convenção em palavras como:
- guarda-chuva
- meio-dia
- pé-de-meia
- mal-educado.
Os exemplos sugerem a formação do composto por justaposição, ou seja, quando duas palavras independentes na língua se unem e formam uma palavra nova. No entanto, apesar de a palavra nova ter a sua própria unidade de sentido, a fonética das palavras justapostas permanece a mesma.
Quando a formação de palavras por justaposição não deixa evidente que uma palavra é composta, ela não é grafada com o hífen.
Assim, é importante ter em mente os dois critérios necessários para usar o sinal: a independência fonética e a evidência de composição, pelo menos nas palavras compostas. Alguns casos de palavras que não são grafadas com hífen podem ser observados logo abaixo.
- paraquedismo
- sobrenome
- semibreve.
Ainda considerando as palavras compostas, há que se considerar algumas regras específicas para empregar o hífen. São elas:
- Se a primeira palavra termina em vogal e a segunda começa com as consoantes 'r' ou 's', estas são duplicadas e o composto não recebe hífen. Exemplo: girassol.
- Quando a primeira palavra termina em uma vogal e a segunda palavra começa com outra, o composto também não recebe o sinal. Exemplos: semiaberto, infraestrutura. Uma exceção à regra é a palavra arco-íris, que continua sendo grafada com hífen.
Essas são as regras de inserção no que diz respeito às palavras compostas. Contudo, palavras formadas por prefixação e, consequentemente, por aglutinação, também podem ser grafadas com hífen. Na próxima seção, detalhamos quais as regras para o uso do sinal gráfico.
Emprego do hífen na prefixação
No português, geralmente observamos que as palavras formadas por prefixação são aglutinadas e grafadas sem o acento. Este é o caso de 'infelizmente', 'inconstante' e 'predisposição', por exemplo. Neste caso há alteração fonética no processo de formação de palavra.
No entanto, cabe observar que nem sempre esse processo ocorre por aglutinação. Nesses casos, o hífen deve ser empregado para ligar o prefixo ao radical da palavra.
Para fazer o uso correto do sinal, é mais fácil prestar atenção nas exceções que nas regras. Assim, confira abaixo quais são os casos em que o hífen não é empregado na junção de uma palavra a um prefixo:
- O prefixo 'co-' não é ligado por hífen às palavras iniciadas com 'h'. Exemplo: coabitante.
- Palavras em que o prefixo 're-' se liga a radicais iniciados com a vogal 'e' também não recebem hífen. Exemplos: reeleição, reeditar.
Além destas recomendações, é importante sempre estar atento à inicial do radical que será ligado ao prefixo. Quando se trata das consoantes 'h', o hífen geralmente é empregado. Exemplo: sobre-humano. Contudo, quando a palavra começa com 'r' ou 's', geralmente o sinal gráfico não é usado. Exemplo: antissocial.