O chamado Período Eolítico, atualmente em desuso, foi considerado o primeiro período pré-histórico da humanidade, anterior à Era Paleolítica. Em suas investigações, os pesquisadores acreditavam que pequenas rochas encontradas desse suposto período teriam servido de instrumentos da espécie homo Erectus.
Todavia, houve uma grande dificuldade em conseguir distinguir uma pequena pedra que sofreu interferência humana ou que tenha sofrido interferência animal. Outra hipótese que sustenta o erro na classificação desse período se deu por não ter sido encontrado nenhum vestígio rochoso que fosse considerado um objeto utilizado pelo homo Erectus quando este foi encontrado pela primeira vez.
Homem de Java e o elo perdido
Encontrado na Ilha de Java no final do século XIX pelo paleoantropólogo e geólogo holandês Eugène Dubois, os restos mortais do que foi considerado nessa época o elo perdido para se entender a evolução humana foi datado com aproximadamente entre 2 milhões e 300.000 anos de idade do Pleistoceno inferior e médio.
Com estrutura craniana proeminente e medindo entre 1,30 m e 1,70 m de altura de acordo com o fêmur achado, essa espécie é mais forte que o atual homem possuindo maior resistência física. Desde que foi descoberto, o homo Erectus passou a ser considerado pelos pesquisadores da época o ancestral direto do homo Sapiens justamente pela ausência de precisão nas análises realizadas.
O termo eolítico se fez presente nesse momento da arqueologia para tentar nomear uma antiguidade inédita. Acreditava-se que as pedras achadas faziam parte de algum artefato de mão ou de uma espécie de machado. Com isso, estaria evidenciado que os primeiros seres humanos desenvolveram um sistema de pensamento e técnica complexos a ponto de fabricar ferramentas que os auxiliaria nas atividades cotidianas.
Dessa forma, os arqueólogos e geólogos concluíram que essas peças tinham sido produzidas no período pré-glacial, passando a utilizar o termo pré-paleolítico para datação e classificação. A expressão eolítico foi sugerida no século XIX pelo antropólogo francês Gabriel de Mortillet, que também denominou os artefatos de pedra achados de eólitos.
A periodização eolítica também serviu para descrição de muitos itens encontrados que antes eram categorizados como pertencentes ao período pré-paleolítico. Os primeiros objetos a serem assim especificados foram encontrados em sítios arqueológicos na Europa no final da década de 1880.
No entanto, ao examinarem com mais atenção os artefatos já encontrados, grande parte dos pesquisadores e analistas sobre o eolítico verificou que as datações estavam erradas pois foram marcadas de forma precipitada e sem o devido cuidado. Após essas análises, houve uma diminuição no uso do termo e na sua nomenclatura em materiais e pesquisas pré-históricas.
Devemos levar em consideração que, por ser numa época onde o darwinismo social estava em evidência e ditava as regras de muitas pesquisas realizadas, este foi um grande fator para que a hipótese eolítica se mantivesse por alguns anos até ser contestada, corroborando para a teoria de gênese racial ao longo da evolução humana.
Atualmente, há carência de artigos que abordam sobre a não utilização desse termo, mesmo com os motivos que corroboram para que caísse em desuso nos estudos arqueológicos e antropológicos sendo muito claros no meio científico.
Referências:
Artigo Homem de Java. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Homem_de_Java. Acessado em 22/10/2021.
Etimologia da palavra Eolítico. Disponível em: https://www.dicio.com.br/eolitico/. Acessado em 22/10/2021.
MACCURDY, George Grant. "Eolithic and Paleolithic Man." In: American Anthropologist, vol. 11, no. 1, 1909, p. 92-100. Disponível em: http://www.jstor.org/stable/659742. Acessado em 23/10/2021.