O agente laranja é um herbicida, que possui em sua composição dioxinas originárias da reação de dois componentes, o 2,4 – D e 2,4,5 – T, que são extremamente tóxicas e perigosas à saúde humana.
Este herbicida tóxico foi utilizado na Guerra do Vietnã como arma química pelo Exército dos Estados Unidos da América, sendo lançado por meio de aviões. Este poderoso veneno causou problemas crônicos de saúde em milhões de vietnamitas, durante gerações. As concentrações dos componentes do herbicida tornaram-se elevadas no ecossistema atingido pelo despejo aéreo do material tóxico. Diversos tipos severos de doenças afetaram a população atingida, tais como má formação fetal congênita, cancro, câncer (de diversos tipos), danos neurológicos, entre outras. Fauna e Flora também foram atingidas pelos efeitos nocivos do herbicida, com a perda e diminuição da Biodiversidade do Ecossistema.
A justificativa para o uso de uma arma tão potente na época era de que não se tratava de uma arma química, e que o objetivo do uso deste herbicida potente era desfolhar e remover a cobertura do esconderijo dos soldados inimigos em combate. Apesar de não haver justificativa plausível para utilização de armas químicas em guerras, independente do objetivo, o Exército Americano utilizou o herbicida para reconhecimento de solo e posicionamento dos soldados do país inimigo, afetando aproximadamente 26 mil aldeias vietnamitas, e mesmo soldados americanos que estavam em combate. Todos os afetados que ainda estão vivos sofrem com os efeitos nocivos do produto químico até os dias atuais. O Agente Laranja foi produzido na época para o Departamento de Defesa Americano, pelas empresas Monsanto e Dow Chemical. A Guerra do Vietnã terminou em 1975, e 50 anos após o ocorrido, os Estados Unidos foram alvo de uma campanha por sua condenação por destruição ambiental, contaminação e lesão de milhões de pessoas (entre elas os vietnamitas e soldados americanos que estavam em solo), contaminação de lençóis freáticos, entre outros efeitos causados pelo Agente Laranja. Nos dias atuais, o nível das substâncias tóxicas ainda se mantém extremamente elevados (cerca de 400 vezes acima do limite aceitável), causando doenças e sequelas em várias gerações.
Em 2011, O IBAMA (Instituto de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) realizou a apreensão de 4 toneladas de herbicidas tóxicos, e, dentre as diversas substâncias, estava presente o 2,4 – D. De acordo com informações, os materiais apreendidos seriam utilizados para desmatar cerca de 3 mil hectares de mata Amazônica.
Atualmente há uma discussão sendo analisada na Comissão Nacional de Biotecnologia (CTNBio), sobre a solicitação da liberação de uso de um pesticida que utiliza um dos componentes do Agente Laranja, o 2,4 -D ou Ácido 2 ,4 – dicloro–fenóxi–acético, no plantio de sementes transgênicas, como o milho e a soja. Trata-se de uma discussão que gera opiniões contrárias e a favor desta liberação, de um lado, os agricultores que defendem o uso do pesticida, alegando que ele protege as sementes de pragas e espécies invasoras que afetam a produção anual desses produtos; de outro lado, os engenheiros, ambientalistas e pesquisadores que afirmam que a liberação deste tipo de pesticida irá afetar os alimentos transgênicos consumidos pelos humanos, carregando toxinas nocivas, podendo afetar a saúde e causar mutações genéticas nos que consumirem essas sementes transgênicas afetadas pelo 2,4 - D.