A claustrofobia é uma fobia, ou seja, um medo exagerado diante de uma situação. Neste caso, é o temor ou repugnância por locais fechados, como elevadores, trens, aviões e outros tantos. Ela também pode estar presente quando o paciente se encontra cercado por uma multidão. Na verdade, a claustrofobia não é uma doença, mas um sintoma, geralmente acompanhado de um distúrbio conhecido como agorafobia – o medo de estar em um lugar público, de onde o indivíduo não pode sair facilmente, caso se sinta mal.
Normalmente este sinal precede situações que podem envolver o desencadeamento de uma crise de pânico. As sensações partem do nível psíquico e chegam ao físico. O ambiente parece se comprimir, o teto se aproximar, as paredes se contraírem, pernas e mãos tremem, o suor começa a escorrer e o coração mais parece uma bomba prestes a explodir. A boca fica seca, e todos os sintomas de um Transtorno de Pânico podem estar presentes. Esta angústia sem precedentes é muito comum e não faz distinção entre raça, sexo, idade ou classe social. Um medo sem razão invade a mente destes pacientes, que normalmente sofrem de uma ansiedade exacerbada.
Mesmo alguns segundos diante de um contexto claustrofóbico é suficiente para desencadear um complexo de sintomas nas vítimas deste transtorno. Elas passam a evitar estas situações, consideradas por elas como de risco. É difícil avaliar quais as causas deste problema, pois elas podem ser múltiplas. Segundo alguns pesquisadores, aqueles que sofrem de qualquer tipo de ansiedade têm uma tendência maior a apresentar este distúrbio, pois qualquer vivência de um trauma em um lugar fechado pode ser o estímulo inicial para desenvolver nestas pessoas este gênero de fobia. Outros estudiosos vêem nesta perturbação uma expressão de ímpetos sexuais e culpas reprimidas.
Também é preciso compreender a facilidade com que esses pacientes adquirem uma depressão, por se isolarem de pessoas e locais que possam gerar contextos claustrofóbicos, pois se deixam dominar pelo medo, recolhendo-se a lugares nos quais se sentem mais seguros. É fundamental, assim, tratar este transtorno, para que ele não se agrave e evolua para outras doenças psíquicas. Neste sentido, é importante aliar a psicoterapia à psiquiatria. Os ansiolíticos e os antidepressivos são as categorias farmacológicas mais indicadas neste tratamento, pois ajudam a inibir a serotonina, responsável pela ansiedade, embora o paciente ainda corra o risco de ser novamente invadido pelo medo assim que deixa de tomar os medicamentos. Aí é que entra em cena a psicoterapia, com o objetivo de reestruturar a mente, identificar os medos e trabalhar os aspectos irracionais de cada um deles. A cura completa é, assim, algo bem real e tangível.
Tanto o claustrofóbico quanto seus familiares devem aprender a aceitar esta realidade, antes de tentar transformá-la. Só assim será possível eliminar de vez estes incômodos efeitos do cotidiano muitas vezes massacrante da nossa civilização. O autoconhecimento e a compreensão de si mesmo podem ajudar o paciente a se libertar desta e de outras fobias.