Hipnose

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A hipnose ocorre quando a consciência entra em um estado alterado, diferente das formas comuns de vigília e de sono. A pessoa nesta situação torna-se altamente sugestionável - por auto-sugestão ou pela interferência de outro ser. Esta palavra vem do grego hipnos, que significa sono, somado ao latim osis, que denota ação ou processo, indicando assim um sono induzido, concepção criada pelo médico e pesquisador inglês James Braid; posteriormente constatou-se que esta ideia era um equívoco, mas o nome já estava consolidado, tanto no domínio científico, quanto na esfera popular.

Imagem: Igor Normann / Shutterstock.com

Portanto, a hipnose não deve ser confundida com qualquer espécie de sono, pois estes modos de consciência são totalmente inconfundíveis, o que pode atualmente ser verificado através de equipamentos eletroencefalográficos. Ocorrem em vários momentos transes hipnóticos naturais, quando fazemos algo automaticamente, sem nos darmos conta de nossas ações, como, por exemplo, ao nos envolvermos com um livro fascinante, ao assistirmos um filme interessante ou até ao dirigirmos o carro com a mente distante.

Historicamente a hipnose tem se revelado das mais variadas formas. Este estado da consciência está longe de ser totalmente desvelado, pois a cada época os estudiosos descobrem novas facetas deste intrigante aspecto da consciência. Ela é ao mesmo tempo parte do dia a dia de todos nós, uma herança ancestral de antigas civilizações ocidentais e orientais, e também uma técnica utilizada desde o início pela medicina, principalmente nos tratamentos da dor. Na Mesopotâmia, sacerdotes se valiam da hipnose para efetuar o diagnóstico de uma doença e também para tratá-la; assim se deu também no Egito, na Grécia antiga e no início do cristianismo em Roma.

Seu uso científico principiou no século XVIII, com o médico Franz Anton Mesmer, que acreditava na existência de um magnetismo animal capaz de curar as doenças, e mais tarde descobriu que o próprio homem é fonte desse bálsamo curador. Sua técnica era conhecida como sono mesmeriano. A música, danças e palavras eram usadas, como em um ritual, para se atingir esse transe. A hipnose moderna nasceu através das mãos do psiquiatra americano Milton H. Erickson, muito conhecido durante a Segunda Guerra Mundial, quando ainda utilizava sua forma clássica. Com ele apareceram métodos modernos para se atingir o inconsciente e a hipnose deixou de ser usada apenas para aliviar sintomas. Ele foi o grande nome nos estudos desta técnica, assim como Freud o foi para a psicanálise. Aliás, este grande psicanalista usou amplamente a hipnose no início de suas pesquisas.

A hipnose tem sido utilizada não só para curas orgânicas, mas principalmente para se descobrir e curar traumas enraizados no inconsciente, através de regressões no tempo e no espaço, durante as quais o paciente realmente crê estar, por exemplo, em um determinado momento de sua infância, e se lembra aos poucos de eventos até então reprimidos em um recanto da sua mente. Isso ocorre porque a pessoa em transe não está inconsciente, ela percebe o que se dá à sua volta, e pode relatá-lo normalmente ao profissional que o orienta. Ao contrário do que se pensa e se teme, não é possível o indivíduo sob hipnose revelar segredos ou realizar ações contra a sua vontade, pois há uma relação de confiança entre o hipnólogo e o paciente – conhecida como rapport – que, se rompida, interrompe imediatamente o estado de transe, por iniciativa do próprio hipnotizado.

Ela também pode ser utilizada com eficácia em doenças consideradas funcionais, ou seja, que não implicam em lesões ou comprometimentos estruturais dos órgãos humanos, tais como enxaquecas e outras cefaleias crônicas, algumas tonturas e vertigens; gastrites, dispepsias, certas diarreias crônicas; asmas brônquicas, rinites alérgicas, roncos, apneia do sono; incontinência urinária, dismenorreia, tensão pré-menstrual; impotência psicológica; frigidez, ejaculação precoce, diminuição da libido; urticária e outras alergias, doenças da pele de fundo emocional; hipertensão e certas arritmias cardíacas. Muitas doenças do sistema imunológico, de fundo emocional, também podem alcançar a cura com o auxílio da hipnose.

Doenças psicológicas, como ansiedade, pânico, fobias, depressão e outras, podem ser tratadas também com esta técnica, complementando tratamentos psicoterápicos e potencializando o efeito destas terapias, que muitas vezes revelam seus resultados a longo prazo. Ela pode atenuar o sofrimento do paciente, ajudando-o a resgatar a serenidade e o equilíbrio. A hipnose é igualmente utilizada na cura de hábitos e vícios, no tratamento de distúrbios alimentares, como analgésico em dores agudas ou crônicas, para anestesiar o paciente em intervenções cirúrgicas e até mesmo no auxílio aos atletas que se preparam para competições ou treinos desgastantes. Tem-se relatos do uso da hipnose na obstetrícia, no relaxamento em casos de stress, no auxílio ao aprendizado, nos episódios de insônia e nas mais variadas esferas da vida humana.

Fontes:

http://widders.com/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Hipnose

Arquivado em: Psicologia
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