Nosso mundo, hoje, está passando por um processo de envelhecimento cada vez mais veloz, mesmo levando-se em conta as distintas formas que este mecanismo assume nas diferentes nações. É, portanto, muito atual o debate em torno de qual especialidade médica deve propiciar a esta faixa etária o imprescindível socorro a sua saúde, particularmente à sanidade mental.
Os integrantes da terceira idade buscam incessantemente os mais variados setores de atendimento médico, requerendo auxílio crescente. Embora boa parte desta população esteja saudável, há muitos que carecem de cuidados, exigindo desvelos específicos e persistentes.
É neste campo que atua a psicogeriatria, psiquiatria da terceira idade ou gerontopsiquiatria, um ramo particular da psiquiatria que trabalha com pacientes de 65 anos ou mais, como estabelece a Organização Mundial de Saúde para definir o público idoso. Esta disciplina atua na esfera afetiva e lida também com as transformações ocorridas na percepção dos conhecimentos dos enfermos já em estágio de envelhecimento.
A construção de uma esfera médica desta natureza não foi realizada sem as naturais controvérsias. Ela encontrou oposição entre inúmeros especialistas, inclusive psiquiatras. Mas desde o século XIX os pesquisadores estão cientes da existência das patologias psíquicas nos integrantes da terceira idade, paralelamente à presença dos distúrbios em geral.
Entre os transtornos mentais mais comuns nesta idade estão: a depressão nervosa, as ansiedades, perturbações vinculadas à dor, distúrbios do sono, carência de autonomia referente ao iminente final da existência. Os profissionais da Psicogeriatria encontram igualmente estados de demência e de oscilações da memória, e outros problemas afins.
No sentido de eliminar estes problemas, os psicogeriatras receitam, quando se torna indispensável, as substâncias mais apropriadas, mas vão mais além, atuam junto às famílias, tentando, ao seu lado, compreender melhor os mecanismos que envolvem a patologia em questão.
Como a incidência de idosos na população global tende a crescer, por conta da maior expectativa de existência, propiciada pelos constantes avanços da Ciência, a Psicogeriatria ganha cada vez mais espaço na sociedade e nos meios científicos. Em pleno século XXI, este processo de envelhecimento leva a um consequente aumento nas estatísticas dos problemas psíquicos nas pessoas idosas.
É uma obrigação moral e ética da sociedade conceder a estes seres, que tanto contribuíram para o desenvolvimento sócio-cultural e tecnológico do Planeta, recursos que lhes proporcionem uma melhor qualidade de vida, sem que o custo destes programas de saúde sejam inacessíveis, tanto aos pacientes quanto aos profissionais ou voluntários responsáveis por estas pessoas.
Inúmeros estudos e pesquisas ainda avançam na compreensão do processo de envelhecimento. Muitos afirmam que desde o aparecimento da primeira célula no organismo humano o ser está ficando mais velho. Outros buscam meios de deter as consequências da passagem do tempo, combatendo o advento da velhice. Mas urge, mais que nunca, oferecer um tratamento digno aos que já alcançaram este patamar, a quem não se pode restituir a juventude.
Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Psicogeriatria
https://web.archive.org/web/20101126024549/http://www.aprs.org.br/departamentos/psiquiatria_clinica/psicogeriatria.php
https://web.archive.org/web/20101126061043/http://www.aperjrio.org.br/publicacoes/revista/2006/jan/P26-33.pdf