A psicologia positiva apareceu nos anos 90 do século passado, nos Estados Unidos, por intermédio de Martin Seligman. Cansado de estudar casos de depressão, o ex-presidente da Associação Americana de Psicologia decidiu dedicar-se a entender as origens da felicidade. Os resultados de seu trabalho foram condensados em sua obra Felicidade Autêntica. Segundo o autor, a felicidade é algo que deve ser cultivado diariamente, com bom-humor, otimismo e gentileza. Na verdade, desde tempos imemoriais os profissionais da saúde se preocupam com a ação que as emoções exercem sobre o organismo humano.
Ela estabelece justamente o teor dessa influência no equilíbrio dos corpos físico e mental. Uma das ideias principais desta teoria é a ‘resiliência’, ou seja, o poder humano de se manter firme diante dos infortúnios, adaptando-se a eles. Esta vertente procura quebrar os vínculos que prendem o pensamento humano a uma concepção negativista sobre a jornada existencial do homem. Inspirada pela psicologia humanista, ela tem como foco a natureza positiva das experiências e vivências do indivíduo, embora não descuide das pesquisas sobre a patologia, o lado sombrio da psique. A diferença é que a ênfase recai agora sobre a esfera iluminada da mente, visando promover qualidade de vida.
Esta disciplina já se encontra inclusive nos currículos universitários, o que atesta a importância que ela vem adquirindo. Os terapeutas que seguem esta linha procuram levar o paciente a olhar para si mesmo e a encontrar não apenas emoções e desejos reprimidos, bloqueios e traumas emocionais, mas principalmente qualidades virtuais arquivadas na mente humana através de experiências adquiridas ao longo da vida, que podem ou não estar na esfera da consciência. A pessoa deve mentalizar os seus objetivos, valorizando-os em detrimento das dificuldades, ampliando o campo dos desejos e estabelecendo metas para alcançá-los.
É fundamental, assim, o pensamento positivo, alicerce atualmente de uma vasta literatura de auto-ajuda, na qual ocupa um vasto espaço o best-seller "O Segredo", de Rhonda Byrne, transformado também em documentário, disponível em DVD. Nesta obra, a autora convida o leitor a empreender uma jornada de autotransformação, embora em alguns pontos, na tentativa de convencer as pessoas da eficácia de suas ideias, acabe tendendo para um certo extremismo. Baseado na física quântica, o filme revela que nós, de posse do nosso livre-arbítrio, criamos nossa própria realidade, ou seja, diante de várias possibilidades, optamos por uma e assim concretizamos este universo potencial em particular. Portanto, se com o pensamento materializamos uma determinada probabilidade, que então se transforma em algo real, basta enfatizarmos mentalmente o objeto de nosso desejo, e ele será transmutado em “partícula de realidade”, elaborada no momento em que manifestamos nossa intenção.
Ao analisar esta obra, percebe-se logo que o homem é escravo de suas crenças e valores, o que o impede de visualizar os caminhos transformadores, gerando limitações e impedindo o progresso do indivíduo. Mas este ramo da psicologia revela que é possível transcender os limites auto-impostos ao vencer determinadas convicções. A psicologia positiva procura explorar forças até então desconhecidas na mente humana, com a finalidade de compreender o seu alcance e os efeitos que pode provocar no cotidiano de cada pessoa. Assim, superando antigos preconceitos, abordando temas anteriormente desprezados pela nossa cultura, tais como a aptidão para amar, os dons interpessoais, a sensibilidade para o belo, o talento, a sabedoria, etc., ela busca ampliar o bem-estar espiritual do sujeito, seguindo uma nova propensão social, a procura da felicidade. O Homem, depois de procurá-la arduamente no consumismo sem limites, e não encontrá-la, agora a busca em valores como a ética, a tolerância, a responsabilidade, entre outros. Neste contexto, a Psicologia Positiva tende a crescer cada vez mais.
Fontes:
Fontes
http://www.camaraportuguesa.com.br/impressao.asp?id_noticia=12968
http://www.borcsiksantos.com/page_1179512407578.html
https://web.archive.org/web/20111122213408/http://veja.abril.com.br:80/100304/entrevista.html