A busca pela qualificação das moléculas levou cientistas à proposição de modelos lógicos de análise dos fenômenos da natureza. A análise química surge neste cenário, oferecendo aos cientistas uma possibilidade de análise, permitindo assim uma compreensão mais aprofundada de seus objetos de estudo.
Enquanto a análise química qualitativa ocupa-se inicialmente em evidenciar a presença de determinado componente, a análise química quantitativa encarrega-se de determinar-lhe a composição exata de seus constituintes. Utilizando-se de procedimentos analíticos, como a gravimetria e a volumetria, químicos do passado elaboraram as fórmulas químicas de muitas substâncias e atualmente, a análise química quantitativa utiliza-se de processos mais refinados na determinação da estrutura de substâncias incógnitas. A figura a seguir exibe um pequeno panorama das ações utilizadas na determinação da identidade das substâncias.
A evolução da tecnologia permitiu que os métodos da análise química quantitativa também evoluíssem, deixando de ser puramente químicos (métodos gravimétricos e titulométricos). Antes do domínio e popularização da energia elétrica, os procedimentos químicos quantitativos eram feitos pelas via gravimétrica ou titulométrica, sendo a gravimetria o procedimento em que se observa e se busca a formação de precipitados em meio reacional. A titulometria pode ser definida como o procedimento que visa detectar a concentração de determinada substância, utilizando para tal uma substância de concentração conhecida. Em alguns casos se faz necessária à aplicação de um indicador ácido – base (reações de neutralização), de modo a indicar a transformação e consumo da substância incógnita.
Estes procedimentos ainda são utilizados por apresentarem vantagens na relação custo – benefício, sendo ideais para análises esporádicas. Setores onde o foco da ação é a verificação e comparação com normas padronizadas, como as agências sanitárias e órgãos governamentais de fiscalização, utilizam-se destes procedimentos (em parte pelos baixos custos) para detectar fraudes ou testes de rotina.
Já o setor industrial realiza muitas análises, e isso faz dos métodos instrumentais físico-químicos, embora custosos, uma necessidade legal e competitiva. Indústrias, por força legal, devem produzir seus itens em lotes, justamente para permitir a identificação e retirada do produto em caso de problemas (por exemplo, a retirada de lotes de produtos alimentícios com suspeita de contaminação).
A indústria química utiliza-se dos conhecimentos advindos da química analítica quantitativa em todos os momentos da produção. A figura a seguir foi retirada do sumário da edição digital do exemplar “Métodos físico-químicos para análise de alimentos”, do Instituto Adolfo Lutz, demonstra para a análise de fibras, uma série de procedimentos analíticos.
A observação direta permite-nos verificar tamanho impacto das análises químicas qualitativas e quantitativas nos processos industriais. Para efeito comparativo, dois pequenos trechos foram retirados dos itens “047/IV Pectinas – Prova qualitativa e 048/IV Pectinas – Determinação por gravimetria”.
Fragmento 1: “(...) Uma cor intensa com fluorescência esverdeada é indicação da presença de pectinas.(...)”
Fragmento 2: “(...) Lave o béquer e o filtro com água quente. Transfira o precipitado (...). Aqueça por 30 minutos (...). Resfrie e pese. (...). A perda de peso dará a quantidade de ácido péctico.”
Os procedimentos quantitativos podem apresentar diversas etapas, mas todos devem procurar abordar os conceitos de sensibilidade, especificidade e seletividade na análise de um determinado sistema.
Referências:
Instituto Adolfo Lutz (São Paulo). Métodos físico-químicos para análise de alimentos /coordenadores Odair Zenebon, Neus Sadocco Pascuet e Paulo Tiglea -- São Paulo: Instituto Adolfo Lutz, 2008. p. 15; 140 –141.
BACCAN, N; (et.al). Química analítica quantitativa elementar. São Paulo. Ed. Edgar Blücher; Campinas: Universidade Estadual de Campinas. 1979.