Atomismo

Por André Luis Silva da Silva

Licenciatura Plena em Química (Universidade de Cruz Alta, 2004)
Mestrado em Química Inorgânica (Universidade Federal de Santa Maria, 2007)

Categorias: Química
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De acordo com sua definição linguística, o termo atomismo trata-se de uma “Doutrina filosófica que se desenvolveu na Grécia no séc. V a.C. Os atomistas acreditavam que os elementos básicos da realidade eram átomos, partículas de matéria indivisíveis, indestrutíveis, que se moviam no espaço.”1

O termo átomo, do qual deriva a filosofia do atomismo, significa, em grego, algo que não pode ser subdividido, ou seja, algo indivisível. Para os adeptos dessa tradição, toda natureza, observável ou não, é composta por átomos e pelo vazio, os dois princípios fundamentais de tudo o que existe. Contrariamente à teoria atômica, os átomos reúnem-se uns com os outros, formando arranjos diferentes, sob diversas combinações, dando origem a tudo o que existe ao nosso redor.

No ocidente, por volta do século V e VI antes de Cristo, surge o atomismo, a partir dos estudos e das discussões filosóficas de Leucipo e Demócrito, os dois filósofos que iniciaram propriamente o estudo da matéria. Sabe-se que tais questões, assim como aquelas que abordam a continuidade / descontinuidade da matéria, sempre discutidas como fundamentação grega, foram muito influenciadas pela cultura indiana, e esta posteriormente pela cultura grega.

Leucipo e Demócrito, cogitando a respeito da constituição da matéria, sugeriram que esta seria formada, em seus menores componentes, ou constituintes fundamentais, como viria a ser popularizado no meio científico, por pequenos corpos indivisíveis, em um movimento por uma região de vazio infinito. Tais partículas foram posteriormente denominadas de átomos (que significa, em grego, não-divisível).

Empédocles, por sua vez, estabelece que a matéria é composta por quatro substâncias fundamentais, o fogo, o ar, a água e a terra, e a combinação dessas formaria tudo o que existe.

Platão então propõe fundamentos de uma composição que funde a matéria à geometria, a partir de sua constatação de que apenas por um modelo aritmético não seria possível com precisão descrever o universo das coisas. Em sua teoria, o que viria a ser conhecida como a teoria platônica, uma composição geométrica substituiria a composição atômica dada por Leucipo de Demócrito, conforme pode ser observado na figura abaixo.

Dessa forma, para cada elemento anteriormente proposto por Empédocles, fora associado um sólido geométrico, o tetraedro ao fogo, o octaedro ao ar, o icosaedro a água e o cubo à terra.

Em um sentido mais específico, o atomismo apresenta quatro modos de realização, sendo estes:

1 – átomos e vazio: como princípio de permanência da realidade;
2 – o todo infinito (tò pân apeíron): também como princípio de permanência da realidade;
3 – os mundos (kósmoi): como mega corpos que vêm a ser e deixam de ser;
4 – os corpos sensíveis (sómata): sujeitos à geração e à corrupção e passíveis de apreensão pelos sentidos.”²

Dessa forma, os atomistas estabelecem interações entre a constituição material com a forma de conduta social, chagando até fundamentos de personalidade humana.

Referências:
1. http://www.dicio.com.br/atomismo/
2. https://web.archive.org/web/20090920021336/http://www.ifcs.ufrj.br:80/~afc/2007/markus%20figueira.pdf

Ilustração: http://pt.wikipedia.org/wiki/Atomismo

PERUZZO, Francisco Miragaia (Tito); CANTO, Eduardo Leite; Química na Abordagem do Cotidiano, Ed. Moderna, vol.1, São Paulo/SP- 1998.

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