O petróleo pode ser encontrado em poros existentes nas rochas, em terra ou sob o mar. Durante a sua extração vem acompanhado de outras substâncias como água e gás metano (CH4). Desse modo, compreender a geoquímica do petróleo é fundamental para sua exploração.
Offshore é o termo utilizado para toda atividade afastada da costa. As fronteiras marítimas são determinadas de acordo com a área, e seguem critérios da geografia física e política. De acordo com a Convenção da Nações Unidas sobre o Direito do Mar, as fronteiras marítimas existem nas formas de águas territoriais, zonas contínuas e zonas econômicas exclusivas (ZEE). Atualmente, as explorações apenas podem ser realizadas em fronteiras marítimas nacionais.
A indústria de extração de petróleo no mar iniciou-se nos anos de 1930 e 1950, na Venezuela e no Golfo do México. Subsequente, a exploração se expandiu para as regiões do Mar do Norte, estimulando o surgimento de várias empresas. Com atividades voltadas para o seguimento offshore surgem a Shell, Exxon, Texaco e AGIP. Já no Brasil, o primeiro poço offshore foi descoberto em 1968, no Campo de Guaricema (SE), seguido do Campo Garoupa, na Bacia de Campos.
Para a realização da exploração e extração de petróleo offshore, são construídas plataformas equipadas com todos os instrumentos que permitem retirar o petróleo do seu poço. Previamente à extração, são realizados estudos geológicos da região para sua detecção. Etapas gerais da exploração e extração do petróleo:
- Estudos sísmicos (mapeiam as camadas do solo, através de ondas sonoras).
- Instalação do B.O.P (Blow out Preventer), um conjunto de válvulas de segurança utilizadas para selar, controlar e monitorar o poço de petróleo.
- Perfuração do poço (inicia-se com brocas largas com cerca de 50 cm de diâmetro, feitas de aço e com pontas de diamante).
- Troca de brocas e/ou injeção de cimento (o cimento injetado desce pelo tubo da broca e sobe pelos vãos laterais, formando o duto).
- Quando a broca alcança a rocha que contém o petróleo, é promovida uma explosão, que gera fissuras e permitem que o óleo chegue até o poço. O óleo pode ser jorrado por energia própria (poço surgente) ou através de uma ação externa, quando o óleo é muito viscoso ou possui pressão reduzida. Para esse fim são utilizados processos mecânicos para bombeio.
- Para evitar que os poços entupam, é necessário controlar a diferença brusca de temperatura do óleo (63ºC) com a da água do mar (2ºC), através de revestimentos térmicos.
- Em navios plataformas ocorrem os primeiros processos de separação (água, óleo e gás). A separação primária do petróleo é essencial para que não ocorra problemas durante o seu transporte.
- Transporte para a costa por meio de navios ou oleodutos.
Na área do pré-sal os poços podem ser entupidos pela espessa camada de sal pastoso. À vista disso, são realizadas perfurações horizontais a fim de otimizar a exploração.
A extração de petróleo no mar em águas rasas, profundas e principalmente ultraprofundas é um desafio. Devido à extrema complexidade da exploração na região offshore, os esforços em P&D não cessam na busca de processos de inovações tecnológicas eficientes.
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Fontes:
CANTO, Eduardo Leite do & PERUZZO, Francisco Miragaia. Química na Abordagem do Cotidiano. São Paulo: Editora Moderna, 2010.
COSTA, Armando João Dalla & NETO, José Benedito Ortiz. A Petrobrás e a exploração de petróleo offshore no Brasil: um approach evolucionário. Revista Brasileira de Economia, vol.61, no 1, Rio de Janeiro, jan. / mar. 2007.
MORAIS, José Mauro de. Petróleo em águas profundas: uma história tecnológica da PETROBRAS na exploração e produção offshore. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, Brasília, 2013.
http://www.opetroleo.com.br/afinal-o-que-onshore-e-offshore/
http://petroleonomar.blogspot.com.br/2011/03/bop-blow-out-preventer.html
https://mundoestranho.abril.com.br/geografia/como-o-petroleo-e-extraido-do-fundo-do-mar/