Iatroquímica

Licenciatura Plena em Química (Universidade de Cruz Alta, 2004)
Mestrado em Química Inorgânica (Universidade Federal de Santa Maria, 2007)

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O Renascimento, período da história da Europa marcado por transformações em muitas áreas da vida humana, que assinala ao final da Idade Média e ao início da Idade Moderna, possuía como características fundamentais o racionalismo e a experimentação. Para e desenvolvimento científico são esses atributos fundamentais; desenvolvera assim as bases do método científico. Neste período, um certo número de homens dedicara sua vida à coleta de dados e ao armazenamento criterioso de informações, as quais possibilitaram posteriormente que fôssemos muito além da Alquimia Medieval predominante na Idade Média.

Destacou-se nessa época Paracelso, pseudônimo de "Phillipus Aureolus Theophrastus Bombastus von Hohenheim, (Einsiedeln, 17 de dezembro de 1493 — Salzburgo, 24 de setembro de 1541) que foi um médico, alquimista, físico e astrólogo suíço,1" o qual, juntamente com seus discípulos, afirmara que o objetivo fundamental desta nova ciência que surgia seria a preparação de medicamentos, e tinha início a consolidação da primeira autêntica ciência sucessora da Alquimia, a qual viria ser conhecida por Iatroquímica ou Quimiatria. Para os seus adeptos, o corpo humano seria um conjunto harmonioso no qual processos químicos acontecem. Nesse contexto, a enfermidade era considerada como produto de alterações desse equilíbrio químico, e assim, poderia ser minimizada pela reposição dessas substâncias carentes no organismo.

As idéias desenvolvidas pela Iatroquímica ainda estavam muito influenciadas por uma forte noção de sobrenatural. Pensava-se que um grande número de observações experimentais eram diretamente determinadas por forças vitais misteriosas, as quais não podiam ser entendidas. Sucedendo a Alquimia, a Iatroquímica herdou um legado de procedimentos laboratoriais sem um método estabelecido, que não chegou aos resultados esperados, mas possibilitou a descoberta, extração e síntese de muitas substâncias químicas, o que acabou por incentivar indistintamente a sua utilização no tratamento de doenças da época, princípio preconizado pela Iatroquímica.

A Iatroquímica tratava de uma nova forma de avaliar o conhecimento científico produzido pelo homem. Combatia a Alquimia afirmando que um cientista verdadeiro dedicava-se à produção de medicamentos, e não à fabricação do ouro. Dessa forma, surge então a indústria de medicamentos, a qual baseava-se basicamente em extratos vegetais e minerais; estes últimos até mesmo derivados de metais pesados. O nitrato de mercúrio (HgNO3), por exemplo, foi utilizado no combate à sífilis por longa data, doença de grandes proporções no século XVI.

Entretanto, apesar do enfrentamento constante de uma série de críticas pelo uso indiscriminado de substâncias, as quais muitas vezes não traziam os resultados esperados, e por sua forte herança sobrenatural, a Iatroquímica ampliou os limites para o tratamento de uma série de doenças e trouxe condições para o surgimento da farmacologia moderna.

Referências:
¹ http://pt.wikipedia.org/wiki/Paracelso

Arquivado em: Química
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