Incompatibilidades em Relação à Posição dos Elementos na Tabela Periódica

Por André Luis Silva da Silva

Licenciatura Plena em Química (Universidade de Cruz Alta, 2004)
Mestrado em Química Inorgânica (Universidade Federal de Santa Maria, 2007)

Categorias: Elementos Químicos, Química
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A estabilidade energética de um elemento aumenta na medida em que a camada mais externa de seu átomo vai sendo preenchida. Isto pode se dar por “ganho” ou “perda” de elétrons a outros átomos. Ocorrerá o que for energeticamente mais favorável ao átomo. Por exemplo, a um elemento em que encerra sua configuração eletrônica em ns2np5 bastará receber um elétron para que sua camada de valência esteja completa. Este elemento será classificado então como um não-metal, cujo átomo apresenta elevado número de elétrons na camada de valência. Já para um elemento de configuração terminada em ns1, a perda desse elétron periférico tornará sua camada anterior a de valência, aumentando a estabilidade de seu átomo. Este elemento será então classificado como um metal, cujo átomo apresenta baixo número de elétrons na camada de valência. Tal discussão leva em consideração a estabilidade de um gás nobre.

Talvez a mais notável ilustração da periodicidade química encontre-se na variação através de um período da tabela periódica da relação da combinação atômica entre um dado elemento e os elementos do período. Esta periodicidade estequiométrica, em particular, conduziu os químicos à descoberta da lei periódica. “A relação na combinação de átomos em compostos ilustra a periodicidade química de forma espetacular. A Tabela 1 mostra as fórmulas de alguns compostos de cloro. A relação varia de 1:1 nos cloretos do grupo IA para 1:4 nos cloretos do grupo IVA, retornado para 1:1 nos cloretos do grupo VIIA. (O gás cloro, Cl2, está incluído na tabela, mesmo não sendo um composto.) Esta periodicidade atraiu, desde o princípio, a atenção de Mendeliev e Meyer”1.

TABELA 1. Relações nas combinações atômicas de compostos com cloro1.

Entretanto, inúmeras exceções são observadas, e nem sempre a posição ocupada na tabela periódica serve de indicativo ao número de ligações químicas feitas pelo elemento, ocorrendo também a existência de elementos passíveis de formação de diferentes compostos, variando sua proporção nestes.

Por exemplo, o elemento químico ferro (Fe) apresenta variabilidade de número de oxidação (NOX) de +2 e +3, e esta variação leva a compostos como o cloreto ferroso (FeCl2) e cloreto férrico (FeCl3). Nota-se que os sufixos oso indica o menor NOX e o sufixo ico indica o maior. Já o elemento químico cobre varia em NOX entre +1 e +2, formando o cloreto cuproso (CuCl) e o cloreto cúprico (CuCl2). Nota-se que esses dois elementos químicos (Fe e Cu) foram discutidos devido à sua normalidade referente à formação de compostos de elevada diversidade e ocorrência.

Referências:
1. RUSSELL, John B.; Química Geral vol.1, São Paulo: Pearson Education do Brasil, Makron Books, 1994.
SARDELLA, Antônio; MATEUS, Edegar; Curso de Química: química geral, Ed. Ática, São Paulo/SP – 1995.
MAHAN, Bruce M.; MYERS, Rollie J.; Química: um curso universitário, Ed. Edgard Blucher LTDA, São Paulo/SP – 2002.

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