Há existência em nosso cotidiano de substâncias que possuem sabor azedo, tais como o suco de limão e vinagre, assim também como aquelas que apresentam sabor adstringente, que é o caso da banana, do caqui verde e do leite de magnésia. Esses tipos de sabores identificam dois importantes grupos de substâncias: os ácidos e as bases.
Todavia, experimentar toda e qualquer substância a fim de identificá-la e deter um resultado concreto não é conveniente, tornando-se, na maioria dos casos, perigoso. Foi então que químicos do passado perceberam que substâncias de sabor azedo, os ácidos, quando misturados a suco de uva ou de amora, apresentavam coloração avermelhada. Já com as substâncias de sabor adstringente, as bases, tornavam-se azuladas quando misturadas a tais sucos. Este fato deve-se a presença de indicadores naturais presentes no suco da uva e da amora.
Os indicadores sintéticos são ácidos ou bases fracas com equilíbrio químico facilmente deslocável, que apresentam a propriedade de mudar de cor em regiões distintas de pH, possuindo uma coloração A em meio ácido e uma coloração B em meio básico. Estas substâncias são utilizadas para indicar a acidez ou basicidade de soluções aquosas.
A coloração apresentada por todos os tipos de indicadores está diretamente relacionada às diferenças estruturais nos pares conjugados ácido-base em solução, mudando de cor em função de alterações em sua estrutura química.
No decorrer do tempo, várias teorias foram apresentadas na definição de ácidos e bases. Entre elas, Arrhenius (Tito e Canto, 2002, pág.103) descreve: “o íon H+ é o responsável pelo sabor azedo dos ácidos e pela sua ação sobre indicadores. Da mesma forma, o íon OH- é o responsável pelo sabor adstringente das bases e por sua ação sobre indicadores”. O mesmo cientista, em estudos posteriores, constatou que as bases atacavam a pele, tornando-a escorregadia, com aparência de ensaboada. Os ácidos, por sua vez, a desidratava, tornando-a seca e ressecada. Isso pode ser explicado por reações químicas entre os ácidos e as bases com substâncias presentes na própria pele.
Na mesma época verificou-se que um grande número de compostos não se encaixavam em nenhum destes grupos, tais como o cloreto de sódio, a sacarose, o éter, a acetona e o etanol; substâncias estas que são estudadas em separado de ácidos e bases.
Como vimos, tanto ácidos como bases possuem a propriedade de alterar a cor de um indicador. Em sua definição, já é mencionado o fato de apresentarem uma coloração em meio ácido e outra em meio básico. A maioria dos indicadores utilizados em laboratório são sintéticos, sendo a fenolftaleína o mais comum deles; incolor em meio ácido e rósea em meio básico. A cor vermelho intensa indica pH superior a 10, devido a sua desprotonação, originando a forma básica conjugada na estrutura química da substância analisada. Há também uma ampla utilização de outros indicadores, como, por exemplo, o alaranjado de metila, o azul de bromofenol, o vermelho de timolftaleína, o vermelho de fenol, o roxo de metalcrisol, entre outros.
Referências:
PERUZZO, Francisco Miraguaia (Tito); CANTO, Eduardo Leite; Química: na abordagem do cotidiano, Ed. Moderna, São Paulo,SP – 2002.
SARDELLA, Antônio; MATEUS, Edegar; Curso de Química: química geral, Ed. Ática, São Paulo/SP – 1995.
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/quimica/indicadores-quimicos-sinteticos/