Preparação de Indicador Ácido-Base com Folhas de Hibisco

Por André Luis Silva da Silva

Licenciatura Plena em Química (Universidade de Cruz Alta, 2004)
Mestrado em Química Inorgânica (Universidade Federal de Santa Maria, 2007)

Categorias: Química
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Várias substâncias encontradas em nosso dia-a-dia possuem a propriedade de apresentar uma coloração A em meio ácido e uma coloração B em meio básico,     podendo ser utilizadas como indicadores naturais de substâncias ácidas ou básicas. Uma delas são as folhas de hibisco, onde encontramos a substância antiocinidina com tal característica.

Um importante indicador natural é obtido a partir das folhas de hibisco. O hibisco, ou ninho de Vênus, é uma espécie botânica arbustiva, originária da Ásia e do Havaí, pertence à família das malvas. As substâncias responsáveis pela coloração destes tecidos vegetais são as antocianinas, pigmentos da classe dos flavanóides, encontrados nas flores vermelhas, azuis e púrpuras.

O experimento abaixo permite observar o efeito de materiais ácidos e básicos sobre a coloração do extrato de hibisco. Esta experiência pode ser feita por grupos de alunos com material alternativo, sendo que cada grupo irá utilizar os seguintes materiais:

Para preparação do indicador, as folhas de hibisco devem ser colocadas em fervura na água em ebulição por alguns minutos. Deixa-se esfriar completamente. Após, transfere-se apenas o líquido vermelho para um copo grande, descartando-se as folhas.

As amostras padronizadas poderão ser um ácido inorgânico, como o ácido clorídrico, e a base hidróxido de sódio, ambos de concentração 1 molar. Então, sobre 5 ml destas soluções, recolhidas em frascos separados, adiciona-se algumas gotas do indicador preparado e observa-se a coloração adquirida pela mesma, as quais servirão como referência para o caráter ácido-básico de outras soluções.

Na obtenção dos materiais para teste, separa-se os copos descartáveis e em cada um adiciona-se um dos materiais da lista a seguir:

A seguir, adiciona-se em cada copo algumas gotas do indicador preparado, anotando-se os resultados obtidos. Comparando-os com os resultados padrões, pode-se, com grande precisão, identificar cada uma das substâncias quanto a seu caráter ácido ou básico, e com relativa precisão, quanto sua força de acidez ou basicidade.

Essa técnica pode ser utilizada, mesmo em sala de aula, tanto do Ensino Fundamental como no Ensino Médio, e pode também contribuir para o interesse dos estudantes em relação à disciplina de química, motivando-os a interagir entre si e atuando como um facilitador de sua compreensão.

Referências:
BARBOSA, Addson Lourenço; Dicionário de Química, AB Editora, Goiânia,GO – 2000.
OHLWEILER, Otto Alcides; Química Analítica Quantitativa, Livros Técnicos e Científicos Editora S.A., Rio de Janeiro,RJ – 1996.
PERUZZO, Francisco Miraguaia (Tito); CANTO, Eduardo Leite; Química: na abordagem do cotidiano, Ed. Moderna, São Paulo,SP – 2002.

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