As plantas produzem compostos que promovem a sua proteção contra os herbívoros. Por meio do seu metabolismo são produzidos metabólitos primários, responsáveis pelo crescimento e desenvolvimento da planta (aminoácidos, açúcares e nucleotídeos), e metabólitos secundários que possuem atuação e distribuição específica (limoneno, carotenóides e antocianinas).
Os terpenos pertencem a uma vasta classe de metabólitos secundários. São biossintetizados de acetilcoenzima A (acetil-CoA) ou de intermediários glicolíticos, sendo que alguns são voláteis e insolúveis em água. Também conhecidos como óleos essenciais, são utilizados há cerca de 3500 anos, com aplicação em cosméticos, perfumes, solvente ou matéria-prima para a produção de tintas, graxas, ceras, e como intensificadores sensoriais em alimentos. Já os terpenoides são moléculas derivadas ou modificadas dos terpenos.
As moléculas de terpenos são alcenos naturais que apresentam na sua composição ligações duplas de carbono (C=C), no qual a presença de oxigênio no composto o configura como terpenoide. Pode-se ainda observar outras funções químicas como álcoois, ácidos, cetonas, aldeídos, éteres, epóxidos terpênicos ou fenóis.
Todos os terpenos são constituídos pela união de cinco átomos de carbono, isto é, por estruturas básicas de isoprenos (C5H8), que se polimerizam formando uma variedade de terpenos. A polimerização ocorre pela ligação das moléculas pela ordem “cabeça-a-cauda” (ligação 1-4).
Os terpenos podem ser classificados de acordo com a quantidade de estruturas básicas de isopreno. O hemiterpeno (C5) que além de alquilante está presente em espécies de plantas como o crisântemo, na forma de piretrinas; os monoterpenos (C10) são encontrados em óleos essenciais ou essências como o mentol, citral, linalol e azeites aromáticos; os sequiterpenos (C15) no α-bisabolol, α-humuleno, β-farneseno e β-cariofileno; os diterpenos (C20) encontrados em resinas como na copaíba; os triterpenos (C30) precursores do α- e o β-sitosterol, o estigmasterol e o fitoesterol; os tetraterpenos ou carotenoides (C40), pigmentos presentes em várias plantas como o pimentão, tomate, cenoura e beterraba; e os politerpenos (unidades maiores) encontrado no látex da seringueira.
No contexto industrial sua extração pode ser realizada por meio de destilação a vapor, destilação a vácuo, extração, extração com solvente e extração supercrítica. As técnicas irão variar de acordo com sua armazenagem. A sua fabricação é estimulada devido às suas propriedades inseticidas capazes de atrair, repelir e matar os insetos. Os piretróides naturais e sintéticos são componentes comuns de inseticidas comerciais devido à sua baixa persistência no meio ambiente, e a sua mínima toxicidade para os seres vivos, importante no combate de insetos transmissores de doenças.
Na área de alimentos a ingestão de terpenos como carotenoides, apresentam propriedades funcionais fisiológicas. O β-caroteno, o α-caroteno e a β-criptoxantina são pró-vitaminas A. Muitas substâncias possuem ação redutora, reagindo com radicais livres e substâncias genotóxicas e/ou carcinogênicas, além de realizar ligações com metais. Podem reduzir o risco de contrair doenças cardiovasculares e degeneração macular. Esses fatores indicam a grande importância no fomento da indústria e comercialização dos terpenos.
Referências bibliográficas:
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http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc39_2/04-QS-09-16.pdf
https://www.quimicalimentar.com.br/oleos-essencias-extracao-e-classificacao/
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http://www.oleosessenciais.org/metabolismo-secundario-das-plantas/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Terpen%C3%B3ides
http://www.mma.gov.br/estruturas/sbf_agrobio/_publicacao/89_publicacao09032009113306.pdf