Esse tema com certeza caiu no gosto da maioria dos candidatos. Os examinadores finalmente captaram a importância da comunicação via Internet no século XXI. Quem hoje, mesmo entre outras faixas etárias, consegue viver desconectado do universo virtual e, principalmente, das redes sociais?
As recentes manifestações por todo o território brasileiro e também em outras partes do Planeta já comprovaram o poder de interação e de mobilização das redes sociais. E também revelaram o quanto o público e o privado podem se confundir, pois muitos abusaram desses canais, expressaram opiniões radicais, criaram teorias da conspiração, inventaram histórias e se aproveitaram da divulgação dos protestos pela Internet para manipularem os manifestantes e se infiltrarem entre eles, transformando atos pacíficos em instrumentos do caos.
Muitos manifestantes, mesmo ocultos sob máscaras e pseudônimos, foram identificados por órgãos de inteligência através de suas atuações nas redes sociais. Sem falar na teia de espionagem que hoje monitora mensagens de celular, telefones, e-mails e as próprias redes, por meio de softwares complexos, eficientes e sofisticados.
Em 2011 ainda havia um clima de euforia e de inocência em relação à comunicação virtual e não se concebia a existência de uma estrutura que vigiasse de forma tão ampla milhões de cidadãos em todo o mundo. Até países que criaram uma segurança eletrônica supostamente eficiente, como o Brasil, não escaparam dessa monitoração. O fragmento de história em quadrinho apresentada pelos examinadores é o que mais se aproxima dessa questão, mas agora ela ganhou uma dimensão bem maior.
Portanto, mais que nunca é fundamental discutir todos os aspectos relacionados à vivência em rede no século XXI, especialmente a forma de agir neste ambiente. É super oportuno o título do artigo publicado na página http://revistaplaneta.terra.com.br/secao/comportamento/amizades-digitais, “A Internet tem ouvidos e memória”.
Nele o autor aborda a importância de refletir sobre o que se vai postar nas redes sociais. Neste meio é fácil acreditar que tudo pode ser expresso, pois a impressão que se tem é que ninguém está nos vendo, ouvindo e identificando. Mas, como bem lembra este texto, mesmo quando o internauta tenta se esconder sob nomes falsos, ele pode ser rastreado e encontrado.
Na era tecnológica, os serviços secretos, os órgãos de inteligência da polícia e as inúmeras instituições governamentais encarregadas desse campo dispõem de programas avançados que permitem levantar em tempo recorde a identidade e os dados de qualquer pessoa.
Essa intensa monitoração não deve, de forma alguma, intimidar os usuários nem impedi-los de se socializar pela Internet, mas é fundamental ter essa consciência e saber delimitar bem as fronteiras entre o público e o privado. Com esses cuidados, é possível utilizar as redes sociais para mobilizar pessoas em todo o Planeta e engajá-las em qualquer causa sócio-política, ambiental, cultural, econômica e espiritual. Sem falar na ampla rede de amigos que se pode tecer em todas as partes do mundo.
Outro aspecto fundamental proposto para reflexão dos candidatos é o esforço para tornar esse acesso às redes um direito essencial de cada ser, tanto quanto saúde e educação. Daí a necessidade de se expandir cada vez mais os sinais, levando-os a regiões onde jamais se imaginaria que a Internet pudesse chegar. Resumindo, brilhante o tema desse ano.