A simbiose é uma relação ecológica que ocorre entre indivíduos de espécies diferentes, ou seja, é uma relação interespecífica. Também chamada de mutualismo obrigatório, é uma associação em que ambas as espécies dependem da presença do parceiro, em decorrência da função que cada um exerce no metabolismo do outro. Os resultados desta associação são benéficos para ambas as espécies.
Esta relação pode ser observada entre certas espécies de cupins e protozoários: os protozoários conseguem sobreviver apenas no intestino dos cupins. Estes, por sua vez, não são capazes de digerir a celulose presente na madeira da qual se alimentam, porém, tem-na digerida em seu intestino por estes protozoários que lá vivem. Enquanto o intestino dos cupins abriga os protozoários, estes garantem aos cupins a quebra deste açúcar para sua nutrição.
A micorriza, que é a associação entre algumas espécies de fungos e raízes de certas espécies de plantas, é também um caso de simbiose. As hifas do fungo penetram na raiz da planta, obtendo desta os açúcares (glicose e sacarose, por exemplo) para sua nutrição. Em troca, fornecem à planta água e sais minerais que são extraídos do solo.
Os líquens são outro exemplo deste tipo de relação. Nesta associação, vivem juntas determinadas espécies de algas ou bactérias fotossintetizantes e certas espécies de fungos. Os fungos propiciam às algas ou às bactérias água e nutrientes absorvidos do meio, enquanto as bactérias ou as algas lhes fornecem para sua nutrição os açúcares produzidos na fotossíntese. Os líquens sobrevivem em locais onde nenhuma das duas espécies que os formam seriam capazes de sobreviver de maneira isolada.
Nós, seres humanos, também estabelecemos uma associação simbiótica com bactérias que vivem em nosso organismo. Estas bactérias desempenham inúmeras funções benéficas em nosso corpo, como auxílio na digestão e absorção de nutrientes, produção de vitaminas, ácidos graxos, ômega-3, inativação de toxinas, regulação do nosso sistema de defesa e regulação do açúcar sanguíneo e pressão arterial. Em troca, garantem em nosso corpo abrigo e nutrientes. É estimado o número de 100 trilhões de bactérias em associação com nosso organismo, das quais a maioria habita o nosso intestino, compondo a chamada flora intestinal.
Referências:
AMABIS, José Mariano; MARTHO, Gilberto Rodrigues. Biologia das Células 1. 4ª edição. São Paulo: Editora Moderna, 2015.
BELLO, Ariela. Intestino – Como e por que cuidar. Disponível em: < http://asaudesimples.com.br/2014/05/06/intestino-como-cuidar/>. Acesso em 02 dez. 2016.