O fundador da igreja metodista chama-se John Wesley (1703-1791) nascido na Inglaterra. Apesar de seu pai Samuel Wesley não ter sido uma pessoa querida pelos seus paroquianos, a própria mãe do menino tinha convicção de que Deus tinha uma missão especial para ele, pois quando tinha cinco anos de idade foi retirado do fogo, por um homem, dentro de uma casa em chamas antes de o teto ruir. O grito da mãe Susanna "não é este um tição retirado do fogo?" tornou-se uma profecia.
Anos mais tarde, John Wesley teria a consciência de que na época em que vivia (Inglaterra do século XVII) o cristianismo, em todas as suas denominações, estava perdendo força. Em seu livro sobre "Os momentos decisivos do Metodismo, o autor Duncan Reily relata que esta consciencia viria “Primeiro, durante o tempo de estudante na Universidade de Oxford, depois como líder no meio do povo" E que "John Wesley pertencia a uma família pastoral, que vivia em Epworth, numa região afastada de Londres. Em seu lar absorveu a seiva de um cristianismo genuíno. Ao entrar para a universidade, Wesley não se deixou influenciar pelo ceticismo cínico e nem pela libertinagem. Como reação a isso formou. junto com outros poucos jovens, o chamado "Clube Santo". Os adeptos dessa sociedade tinham a obrigação de dar um testemunho fiel da sua fé cristã, conforme as regras da Igreja Anglicana. Eram rígidos e regulares em suas expressões religiosas, no exercício de ordem espiritual e no auxílio aos pobres, aos doentes e aos presos. Por causa dessa regularidade, os demais companheiros da universidade zombavam e ridicularizavam os membros do "Clube Santo" dando-lhes o apelido de "Metodista".
Há também o relato de que John Wesley em 24 de maio de 1738, passou por uma experiência espiritual extraordinária, que é assim narrada em seu diário: "Cerca das nove menos um quarto, enquanto ouvia a descrição que Lutero fazia sobre a mudança que Deus opera no coração através da fé em Cristo, senti que meu coração ardia de maneira estranha. Senti que, em verdade, eu confiava somente em Cristo para a salvação e que uma certeza me foi dada de que Ele havia tirado meus pecados, em verdade meus, e que me havia salvo da lei do pecado e da morte. Comecei a orar com todo meu poder por aqueles que, de uma maneira especial, me haviam perseguido e insultado. Então testifiquei diante de todos os presentes o que, pela primeira vez, sentia em meu coração".
O estudo da Bíblia, a crença na figura central do cristianismo Jesus Cristo, e a forte preocupação com a busca por uma sociedade mais humanitária, não são características reconhecidas somente nos dias atuais, facilmente identificáveis em quaisquer templos metodistas espalhados no Brasil e no mundo. Tais características marcam a sociedade Metodista como igreja desde o seu surgimento no séc. XVIII, quando o contexto histórico da Inglaterra era a Revolução Industrial, e com isso tornava-se necessário o empenho dos cristãos no combate à escravidão e luta por melhores salários, principalmente o apoio às crianças pobres oferecendo o ensino básico. Tudo isso fez com que os metodistas se destacassem, e tivessem apoio popular por volta de 1700. Inclusive, já no ano de 1748 (quando a educação na Inglaterra ainda era privilégio somente de ricos) John Wesley fundou a Kingswood School por defender que o ensino é fundamental na formação de uma sociedade mais justa e igualitária, principalmente às crianças pobres sem condições de estudarem.
Curiosamente, o movimento metodista se organizou fora das igrejas durante décadas, tendo alcançado templos somente após a morte de John Wesley em 22 de março de 1791.
Bibliografia:
http://www.metodista.org.br
Momentos decisivos do metodismo, Prof. Duncan Alexander Reily