O dicionário da língua portuguesa define Legalismo como “Outrora, fidelidade à coroa. Hoje, fidelidade ao regime legal, ao governo constituído. Cuidado de respeitar minuciosamente a lei” e do ponto de vista religioso o Legalismo pode ser definido como “relacionamento entre fé e prática baseado na obediência a regras e regulamentos”.
O teólogo Moisés Almeida, em seu artigo “O Legalismo – Escravismo Religioso”, define o termo como “todo o sistema, regras, expectativas ou regulamentos que condiciona a salvação ao esforço humano de agradar a Deus, como uma recompensa por desempenho. O Legalismo é o meio humano de tentar através da obediência de regras de homens, ser aceito e amado por Deus, anulando a Graça misericordiosa”.
Almeida acrescenta ainda que “A salvação é pela graça, somos obedientes porque somos salvos, e não para sermos salvos. A maioria interpreta que Jesus nos salvou, de modo geral na cruz, mas não individual, e assim a salvação individual se dá através da justiça própria, das boas obras ou de conduta moral. De modo que eu é me salvo (glória a mim! louvado seja eu!), pois Jesus só abriu a possibilidade da salvação na cruz, mas eu é que decido se vou ou não pro céu, de acordo com minhas obras. O que contraria a Palavra, que diz que é pela GRAÇA (favor imerecido), que somos salvos e ISSO NÃO VEM DE NóS MAS É DOM DE DEUS! O que quer que eu faça, trabalhe, coma, viva, ande, cante, louve, durma, é só consequência dessa graça e não a causa dela”.
Embora não seja encontrada na bíblia, a palavra "legalismo" é usada pelos cristãos evangélicos para se referir a uma posição doutrinária que ressalta um sistema de regras, onde aqueles que defendem o legalismo correm o risco de deixar de entender o sentido da própria lei de Deus, que está mencionada tanto no velho como no novo testamento pelo profeta Moisés.
Pode ocorrer que, embora esteja se opondo ao caráter gracioso da salvação, ou seja, a salvaçãoem Cristo Jesus pela graça, é possível identificar alguns indivíduos crentes que defendem um ponto de vista legalista. Isso ocorre quando esses indivíduos acabam excluindo pessoas de sua comunhão sem antes lhes dar uma oportunidade de se expressarem, sem lhes dar oportunidade de opinarem por terem pontos de vista diferentes. Para os que não defendem o legalismo, há uma compreensão de que apenas respeitar tradições bíblicas, formulas prontas já conhecidas do contexto evangélico (por exemplo não cultivar vícios que prejudicam a saúde como bebida alcoólica e fumo, evitar assistir filmes agressivos e violentos, etc) não é garantia de espiritualidade, ou seja, faz parte da vida do cristão exercitar a vigilância naquilo que faz e consome, mas a espiritualidade é entendida como algo maior e mais preciso, numa vida de oração e constante reflexão na Palavra de Deus, para a partir daí ter intimidade com o Senhor e vivenciar a espiritualidade, pela fé; por meio de algo que não se vê com os olhos físicos, onde a crença é percebida por algo que não é em maioria real e palpável – ou legal – e sim, percebida pelo irreal, como a certeza daquilo que se espera.
Bibliografia:
http://www.gotquestions.org/Portugues/legalismo-Cristao
http://www.moisesalmeida.blogspot.com.br
http://www.dicio.com.br/legalismo
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/religiao/legalismo/