Por Ana Lucia Santana
O Teísmo é um conceito filosófico-religioso desenvolvido para se compreender o Criador. Esta filosofia defende que este Ser é a única entidade responsável pela criação do Universo; é onipotente, capaz de realizar tudo sem a ajuda de ninguém; onisciente, ou seja, Aquele que tudo conhece; detém infinita liberdade e suprema generosidade.
Esta expressão provém do grego Théos, com o significado de ‘deus’. Neste sentido, o Teísmo se contrapõe ao ateísmo, que não acredita na existência de uma divindade suprema. A filosofia teísta foi disseminada em 1678, pelo filósofo e teólogo inglês Ralph Cudworth, integrante do movimento filosófico conhecido como Platonistas de Cambridge.
O Teísmo pode ser classificado em Monoteísmo – fé em um único Deus -; Politeísmo – devoção a diversas divindades – e Henoteísmo – quando se adora um Deus Superior, mas não se rejeita a existência de outros deuses.
Este movimento também pode ser dividido em Teísmo Cristão, que adota o monoteísmo e a crença em Deus como base primordial e transcendente do Cosmos; e o Monista, que vem do grego Monos, que tem o sentido de ‘um’, tese inerente à Filosofia que defende uma realidade una, tanto do ponto de vista metafísico, quanto no que se refere à analogia entre a psique e o organismo físico, contraposta à visão dualista e também ao conceito pluralista, ou seja, a uma realidade que se apóia na diversidade.
O Monismo está ligado à tradição filosófica ocidental dos pré-socráticos, mas o filósofo mais importante desta escola é Spinoza, que afirma existir apenas algo a que ele denomina substância, da qual tudo deriva. Hegel segue por um caminho parecido, porém mergulhado em uma época na qual reinava absoluta a Razão. Este conceito está também associado a algumas práticas religiosas pagãs, como a tradicional e ancestral Wicca, que se vale desta idéia para justificar a criação do Universo por um único Ser, neste caso a Deusa-Mãe, já que eles acreditavam que apenas o feminino pode criar vida. Apenas algum tempo depois surgiria o culto a uma figura masculina, a de Deus.
Também se pode falar em Teísmo Aberto, uma prática teológica que retira de Deus suas principais características, a onipresença, a onipotência e a onisciência. Seus seguidores alegam ter como objetivo rever o poder onisciente da imagem divina. Eles afirmam que o Criador não detém a completa ciência do futuro, o que Lhe permite modificar a todo instante suas idéias iniciais, conforme o desenrolar dos acontecimentos. Este movimento provém da Teologia do Processo, nascida nos anos 30, da qual os principais ícones foram Charles Hartshorne, Alfred North Whitehead e John Cobb. É uma filosofia também conhecida como panenteísmo, a qual procura conjugar o teísmo e o panteísmo; seu herdeiro natural é o Teísmo Aberto.
O Teísmo apareceu no século XVIII, em oposição aos movimentos conhecidos como ateísmo, deísmo e panteísmo. Ele fortalece a fé em um único Deus, Criador Supremo de tudo, transcendente, que se encontra constantemente ativo no mundo, nele intervindo quando necessário. Os teístas igualmente crêem no poder da Razão, mas não rejeitam a revelação divina. Outro ramo conhecido do Teísmo é o agnóstico, que congrega aqueles que confessam não ser possível conhecer a Deus, mas mesmo assim acreditam ser possível ter fé no Criador, sem se preocupar com provas a seu respeito. Do Teísmo também se desenvolve a Teologia, ciência que estuda Deus, no contexto de todas as religiões.
Fontes
http://pt.wikipedia.org/wiki/Deus
http://pt.wikipedia.org/wiki/Teísmo
http://espacodomacom.blogspot.com/2008/11/tesmo-desmo-atesmo.html
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/religiao/teismo/