Camaleão é o nome popular dado às espécies que pertencem à família Chamaeleonidae. São répteis da ordem Squamata. De acordo com o estudo de fósseis, esta família se separou da Agamidae há 100 milhões de anos, existindo hoje mais de 150 espécies, mas apenas 80 estão descritas e a maior parte delas está na África, ilha de Madagascar, além da península arábica, sul da Espanha, Sri Lanka e Índia. Conforme a espécie, desenvolve-se em habitas distintos, que vai de desertos e savanas a florestas tropicais e montanhas. Na Amazônia existem camaleões introduzidos pelos portugueses não são nativos daqui.
São bem conhecidos popularmente por apresentarem características peculiares, como girar os olhos independentemente um do outro (seu cérebro consegue associar as duas imagens recebidas, os olhos podem girar em até 360°, sendo que suas pálpebras são unidas) e mudar a coloração de sua pele. Nem todas as espécies possuem a capacidade de mudar de cor. As que mudam, podem fazer isso em 20 segundos. A pele é dividida em duas camadas sobrepostas, e a mais externa contém células especiais, chamadas de cromatóforos, que realizam esta mudança. Os tons e as circunstâncias para que ela ocorra variam entre as espécies, podendo ser para camuflagem, alguma resposta social, ou às mudanças das condições ambientais. Geralmente as cores mais escuras aparecem quando estão irritados ou querendo amedrontar outro indivíduo. Quando cortejam as fêmeas ficam mais coloridos, com cores mais claras.
Suas patas possuem dedos fundidos, formando pinças para se agarrarem nas árvores ou arbustos. Possuem línguas extremamente extensas, falha de pterigoide, redução do número de costelas esternais, perda da porção gilar e dos poros femorais e as espécies arbóreas possuem cauda preênsil. As espécies variam de 2,5 cm a 68 cm de comprimento. Não são surdos, mas a audição não é boa, enxergam a luz ultravioleta, que os estimula, uma vez que age sobre a glândula pineal.
Camaleões geralmente possuem hábitos diurnos e forrageiam insetos como moscas, mariposas, joaninhas, gafanhotos e pequenos vertebrados (há registros de aves na dieta de espécies maiores). A tática é ficar horas esperando aparecer a presa e se deslocar lentamente até ela. Usam sua língua estendida, que pode alcançar duas vezes o tamanho do seu corpo, para grudar o inseto na ponta que parece uma ventosa e captura-lo. É curioso que conseguem fixar um olho na presa, enquanto utiliza o outro para verificar a presença de animais na sua volta. Possuem dimorfismo sexual, que varia entre as espécies, mas geralmente machos já são maiores que as fêmeas, além de variar a coloração e outras características.
A maioria das espécies é ovípara. Não são animais sociais e mudam de cor quando detectam a presença de outro indivíduo. São animais solitários, juntando-se apenas na época do acasalamento. As fêmeas depositam os ovos em locais escondidos, enterrados, por exemplo, e não há cuidado parental.
É comum serem comercializados como animais de estimação em vários lugares do mundo, inclusive no Brasil. Na Amazônia e no Nordeste existe o lagarto iguana, que é chamado de camaleão, mas pertence a uma outra família (Iguanidae).
Referências:
http://animaldiversity.org/accounts/Chamaeleonidae/
https://nationalgeographic.sapo.pt/natureza/grandes-reportagens/518-camaleoes-artistas-da-cor
https://pt.wikipedia.org/wiki/Camaleão
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/repteis/camaleao/