Tartaruga-verde

Por Thais Nogueira
Categorias: Répteis
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A Chelonia mydas, conhecida popularmente como tartaruga verde, aruanã ou uruanã, é herbívora e habita pastagens tropicais e subtropicais das bacias oceânicas do planeta.

Tartaruga verde. Foto: LauraD / Shutterstock.com

Tartaruga verde. Foto: LauraD / Shutterstock.com

Enquanto filhote a espécie é onívora com tendências a carnivoria; torna-se completamente herbívora a partir dos 25-35 cm de casco. Elas se alimentam de algas e monocotiledôneas marinhas, havendo uma predominância de um dos itens quando são mais abundantes do ambiente em que se encontram; podem também apresentar hábitos oportunistas em relação ao alimento.

Sua morfologia para identificação se compõe por 4 pares de placas laterais justapostas na carapaça podendo chegar a medir 115,5 cm quando adultos e pesar até 230 kg. A coloração é verde acinzentada nos adultos, com o ventre branco, enquanto que os filhotes possuem o dorso preto e o ventre branco. Sua cabeça possui 1 par de placas pré frontais e 4 pares pós orbitais, o bico córneo é pouco serrilhado, e possuem a cabeça mais arredondada em relação às outras espécies.

As maiores colônias desta espécie se nidificam no Suriname, Austrália, Nova Caledônia e Costa Rica. No Brasil, ilhas oceânicas são as principais áreas de desova desta espécie; Trindade (ES) se destaca pelo maior sítio reprodutivo da espécie; em segundo lugar fica o Atol das Rocas (RN) seguido por Fernando de Noronha, onde tem apresentado redução drástica no número de desovas devido à exploração humana.

As fêmeas da espécie tem a biometria similar nos três sítios reprodutivos, sendo a média de 115 cm do comprimento curvilíneo do casco, com uma variação de 100 a 134 cm. As desovas geralmente começam no início de dezembro obtendo um pico reprodutivo nos meses de fevereiro e março, indo até junho quando nascem os últimos filhotes, podendo ocorrer de uma até onze posturas por fêmeas com intervalos de 10 a 13 dias, sendo que o mais comum é a realização de quatro posturas por temporada reprodutiva. A quantidade usual de ovos por ninho é de 122, podendo ocorrer uma variação de 50 a 193.

Após uma temporada reprodutiva a fêmea pode ficar até 3 anos sem realizar uma nova postura, onde ocorre a remigração reprodutiva; o tempo de incubação dos ovos podem variar de 50 a 53 dias, sendo que o percentual de eclosão é de 73%.

As principais ameaças para a espécie estão ligadas à captura incidental na pesca, redução da principal fonte alimentar, caça, ocupação desordenada dos ambientes de desova e a poluição marinha.

Devido a essas grandes ameaças foram criadas estratégias de conservação para tentar minimizar os impactos causados para as tartarugas marinhas, como: monitoração das áreas de desova, podendo garantir assim a proteção dos ninhos in situ, proteção legal das áreas de desova, manutenção de programas de marcação e recaptura, estudos genéticos que busquem a determinação das rotas migratórias dos adultos, criação de corredores ecológicos marinhos, continuidade de ações educativas das comunidades costeiras e o desenvolvimento de medidas publicas a fim de que possa minimizar a captura incidental dos diferentes tipos de pesca.

Fontes:
http://www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/biodiversidade/fauna-brasileira/livro-vermelho/volumeII/Repteis.pdf

Costa, R.S., da, 1969. Alguns dados biológicos da Aruanã Chelonia mydas (Linnaeus), nas águas cearences. Bol. Est. Pesca, 9(3):21-34, Labomar, UFCE, Ceará.

STAHELIN, G. D.; WANDERLINDE, J.; LIMA, E. P. e. Informações Preliminares sobre o Perfil Biológico de Chelonia mydas (Linnaeus,1758) na Ilha de Santa Catarina entre janeiro de 2005 e junho de 2006. In: CONGRESSO LATINO-AMERICANO DE CIÊNCIAS DO MAR, 12., 2007, Florianópolis. Anais ... [S.l.]: Aoceano, 2007.

WERNECK, M. R., GALLO, B., SILVA, R. J. Helmintofauna de Chelonia mydas Linnaeus 1758 (Testudines, Chelonidae) necropsiadas na Base do Tamar-Ibama em Ubatuba, São Paulo, Brasil. In: JORNADA DE CONSERVACIÓN E INVESTIGACIÓN DE TORTUGAS MARINAS EN EL ATLÁNTICO SUR OCCIDENTAL, 3., 2007, Piriápolis. Libro de resumenes... [S.l.: s.n.], 2007 p.36 – 37

WERNECK, M. R., GIFFONI, B. B., GALLO, B. Relato de caso de ingestão e liberação de anzol por tartaruga verde (Chelonia mydas). In: JORNADA DE CONSERVACIÓN E INVESTIGACIÓN DE TORTUGAS MARINAS EN EL ATLÁNTICO SUR OCCIDENTAL, 3., 2007, Piriápolis. Libro de resumenes... [S.l.: s.n.], 2007.p.72-73.

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