A Chelonia mydas, conhecida popularmente como tartaruga verde, aruanã ou uruanã, é herbívora e habita pastagens tropicais e subtropicais das bacias oceânicas do planeta.
Enquanto filhote a espécie é onívora com tendências a carnivoria; torna-se completamente herbívora a partir dos 25-35 cm de casco. Elas se alimentam de algas e monocotiledôneas marinhas, havendo uma predominância de um dos itens quando são mais abundantes do ambiente em que se encontram; podem também apresentar hábitos oportunistas em relação ao alimento.
Sua morfologia para identificação se compõe por 4 pares de placas laterais justapostas na carapaça podendo chegar a medir 115,5 cm quando adultos e pesar até 230 kg. A coloração é verde acinzentada nos adultos, com o ventre branco, enquanto que os filhotes possuem o dorso preto e o ventre branco. Sua cabeça possui 1 par de placas pré frontais e 4 pares pós orbitais, o bico córneo é pouco serrilhado, e possuem a cabeça mais arredondada em relação às outras espécies.
As maiores colônias desta espécie se nidificam no Suriname, Austrália, Nova Caledônia e Costa Rica. No Brasil, ilhas oceânicas são as principais áreas de desova desta espécie; Trindade (ES) se destaca pelo maior sítio reprodutivo da espécie; em segundo lugar fica o Atol das Rocas (RN) seguido por Fernando de Noronha, onde tem apresentado redução drástica no número de desovas devido à exploração humana.
As fêmeas da espécie tem a biometria similar nos três sítios reprodutivos, sendo a média de 115 cm do comprimento curvilíneo do casco, com uma variação de 100 a 134 cm. As desovas geralmente começam no início de dezembro obtendo um pico reprodutivo nos meses de fevereiro e março, indo até junho quando nascem os últimos filhotes, podendo ocorrer de uma até onze posturas por fêmeas com intervalos de 10 a 13 dias, sendo que o mais comum é a realização de quatro posturas por temporada reprodutiva. A quantidade usual de ovos por ninho é de 122, podendo ocorrer uma variação de 50 a 193.
Após uma temporada reprodutiva a fêmea pode ficar até 3 anos sem realizar uma nova postura, onde ocorre a remigração reprodutiva; o tempo de incubação dos ovos podem variar de 50 a 53 dias, sendo que o percentual de eclosão é de 73%.
As principais ameaças para a espécie estão ligadas à captura incidental na pesca, redução da principal fonte alimentar, caça, ocupação desordenada dos ambientes de desova e a poluição marinha.
Devido a essas grandes ameaças foram criadas estratégias de conservação para tentar minimizar os impactos causados para as tartarugas marinhas, como: monitoração das áreas de desova, podendo garantir assim a proteção dos ninhos in situ, proteção legal das áreas de desova, manutenção de programas de marcação e recaptura, estudos genéticos que busquem a determinação das rotas migratórias dos adultos, criação de corredores ecológicos marinhos, continuidade de ações educativas das comunidades costeiras e o desenvolvimento de medidas publicas a fim de que possa minimizar a captura incidental dos diferentes tipos de pesca.
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