Paraty é uma cidade brasileira localizada na região sul do Rio de Janeiro, sendo considerada uma das pontas extremas deste estado. Ela está situada nas cercanias do Trópico de Capricórnio e nela está inserida a Praia de Trindade, o litoral mais meridional das terras cariocas. Sua divisa com São Paulo é marcada pela presença da rocha conhecida como Cabeça do Índio.
Em 1597 a tripulação de Martim Correia de Sá dá notícias, pela primeira vez, da existência do lugarejo, então povoado pelos índios guaianás, localizado neste período na capitania de São Vicente. Acredita-se, porém, que em 1563 o padre Anchieta esteve algumas vezes em Paraty, onde passou por algumas aldeias ao tentar estabelecer um acordo pacífico entre os portugueses e os tamoios - ou tupinambás. A área em que a cidade está situada, Ilha Grande, foi encontrada em 1502 pela metrópole portuguesa.
Em algum ponto entre 1533 e 1560 o município já era habitado; seu povoamento espraiou-se a partir de um ponto central, o monte localizado à beira do Rio Perequê-Açu, modernamente conhecido como morro do Forte. A concessão da sesmaria que ocupava o espaço assentado entre a borda do rio e o centro histórico propiciou o desenvolvimento do lugarejo a partir de 1636. Maria Jácome de Melo foi a responsável por esta doação, sob a promessa de que os índios não seriam afetados pelo crescimento do povoado e uma capela seria edificada em homenagem a Nossa Senhora dos Remédios.
Encaixada entre dois rios e ao lado do oceano, Paraty alcançou sua libertação política em 1667, depois da deflagração de diversas revoltas dos seus habitantes, que desejavam ver esta localidade livre de Angra dos Reis. Este intento foi alcançado após uma rebelião comandada por Domingos Gonçalves de Abreu, quando então o recanto foi transformado em Vila de Nossa Senhora dos Remédios de Paraty. Esta modificação foi amplamente apoiada por um decreto real.
A descoberta do ouro nesta região deu início ao chamado Caminho do Ouro, uma vez que o governador da capitania do Rio de Janeiro exigiu, a partir de então, que os produtos que ingressassem no Brasil deveriam seguir a via Rio de Janeiro – Paraty – Minas Gerais, seguindo uma vereda indígena ancestral, na época calçada com pedras desprovidas de qualquer regularidade.
Paraty atravessou uma época de estagnação depois de 1710, quando o Caminho do Ouro foi interditado e uma nova trajetória estabelecida, a qual excluía a vila e conectava o Rio de Janeiro a Minas Gerais. O século XVII é marcado pela elaboração da popular cachaça local, a partir do cultivo intenso da cana-de-açúcar. A produção artesanal se deu em tal escala que a denominação ‘Parati’ era imediatamente associada à aguardente, o que se mantém até hoje.
Este município e seu tesouro histórico foram valorizados depois de 1954, quando a estrada Paraty – Cunha, que vincula a cidade ao estado de São Paulo foi novamente aberta, transformando a região em um centro turístico famoso principalmente pela preservação de sua arquitetura e do seu traçado colonial. Em 1958 este patrimônio foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN. O fluxo de turistas foi incrementado com a inauguração da estrada Rio – Santos em 1973.
Hoje Paraty abriga vários eventos culturais, entre eles a famosa Festa Literária Internacional de Paraty, a FLIP, organizada desde o ano de 2003, sempre com a participação de autores brasileiros e internacionais. Cada edição deste festival homenageia postumamente um nome consagrado da literatura; em 2010 o evento lembrará o escritor, antropólogo e sociólogo Gilberto Freyre.
Fontes:
https://web.archive.org/web/20110116102323/http://www.paraty.tur.br:80/historia/colonizacao.php
http://pt.wikipedia.org/wiki/Paraty
https://web.archive.org/web/20110130030400/http://vivianneventura.com.br:80/?p=180