Combustão Humana Espontânea

Por Débora Carvalho Meldau

Graduada em Medicina Veterinária (UFMS, 2009)

Categorias: Saúde
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A combustão humana espontânea trata-se de um suposto fenômeno no qual o corpo de um indivíduo entra em combustão, como consequência de um calor gerado por mecanismos internos, aparentemente não vinculada à fatores externos.

O primeiro relato de combustão humana espontânea foi feito no ano de 1663, pelo anatomista dinamarquês Thomas Bartholin, que descreveu a forma como uma mulher, na França, virou “fumaça e cinzas” enquanto dormia. Outro ponto interessante foi o fato de o colchão onde a mulher dormia, que era de palha, não ter sido danificado pelo fogo. No ano de 1673, o francês Jonas Dupont publicou diversos casos de combustão espontânea na sua obra intitulada “De Incendiis Corporis Humani Spontaneis”.

Todos os casos de combustão espontânea apresentam uma característica em comum: a vítima quase sempre era completamente consumida pelas chamas, geralmente dentre de sua própria residência, e os presentes no local após o incidente relatam cheiro de fumaça adocicada no cômodo.

Outra característica quase sempre observada nos supostos casos de combustão humana é que as extremidades (mãos, pés e/ou parte das pernas) permanecem preservadas. O ambiente onde ocorreu a combustão humana não evidencia nenhum ou pouco sinal de fogo, além de, em certos casos, apresentar resíduos gordurosos nas paredes ou móveis.

Nem todas as vítimas de combustão humana espontânea foram consumidas em chamas. Alguns apresentam queimaduras em seu corpo sem qualquer motivo aparente, ou então fumaça sai de seus corpos sem apresentar queimadura alguma.

De acordo com as teorias que tentam explicar a combustão humana espontânea, para que isso ocorra, o organismo precisa de duas coisas: de calor intenso e de uma substância inflamável. O normal é que o nosso corpo não apresente nenhum dos dois; todavia, pesquisadores têm especulado sobre algumas possíveis explicações para a ocorrência deste fenômeno.

Compondo as diferentes teorias da combustão humana espontânea, encontra-se o acúmulo de metano produzido no intestino, que pode ser inflamado pelas enzimas. Contudo, a maior parte das vítimas deste fenômeno apresentam muito mais prejuízos ao exterior do corpo do que nos órgãos internos, fato que vai contra a teoria.

Também existe a teoria de que o acúmulo de eletricidade estática no interior do corpo, oriunda de uma força geomagnética externa exercida sobre o corpo seja a responsável por desencadear combustão humana espontânea. Larry Arnold, um estudioso da área sugere que o fenômeno é ocasionado por uma nova partícula chamada pyroton, que, de acordo com ele, interage com as células resultando em uma mini-explosão. No entanto, não há comprovação científica da existência dessa partícula.

Existe a teoria do efeito pavio, que propõe que o corpo, quando em contato com um cigarro acesso, uma brasa ou alguma outra fonte de calor, atue como uma vela de dentro para fora. Esta, por sua vez, é composta de um pavio em seu interior, circundado por cera composta de ácidos graxos inflamáveis. A cera ascende o pavio e o mantém aceso. No corpo humano, o tecido adiposo atua como substância inflamável e as roupas ou o cabelo atuam como pavio. Uma vez que a gordura é derretida pelo calor, a mesma encharca a roupa e atua de modo semelhante à cera, que mantém o pavio queimando vagarosamente. Pesquisadores apontam que é por isso que os corpos das vítimas são destruídos, mas o ambiente que a cerca não. Desta forma, os vestígios de gordura encontrados no ambiente são resíduos da queima do tecido adiposo das vítimas.

Até o momento não há comprovação da ocorrência de combustão humana espontânea. Todavia, alguns pesquisadores apontam explicações mais prováveis para os corpos carbonizados. Grande parte das vítimas ditas de combustão espontânea era fumante que, posteriormente, descobriu-se que morreram por adormecer com um cigarro aceso, charuto ou cachimbo. Alguns possivelmente após consumirem bebida alcoólica ou que possuíam alguma doença ou incapacidade física que impossibilitava a rápida movimentação para escapar do fogo. Outra possibilidade é que, em certos casos, os incêndios foram atos criminosos, com posterior encobrimento.

Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Combust%C3%A3o_humana_espont%C3%A2nea
http://pessoas.hsw.uol.com.br/combustao-espontanea-em-seres-humanos1.htm
http://science.howstuffworks.com/science-vs-myth/unexplained-phenomena/shc2.htm

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