Por Marcelo Oliveira
A coluna vertebral possui curvaturas que passam por toda sua extensão, desde a região cervical até a sacrococcígea, visíveis apenas quando olhado lateralmente, chamadas Lordose e Cifose. Enquanto as duas são consideradas normais, quando a curvatura não é acentuada, a situação muda no momento em que aparecem desvios laterais ou rotacionais.
Essa formação de gibosidade vertebral na região torácica, também conhecida como corcunda, é chamada Escoliose, uma deformação morfológica nos três planos do espaço, torcendo a coluna para os lados, para frente, para trás e em torno do próprio eixo. A gravidade e a maneira como deverá ser tratada a escoliose é determinada através do grau de torção.
A deformação pode ser classificada como curva simples, com torção à direita ou à esquerda (escoliose em C); ou curva dupla (escoliose em S), podendo ainda ser identificada devido à região em que se encontra: cervicotorácicas, torácicas, toracolombares, lombares ou lombossacrais.
Quando a escoliose é congênita, constitui deformidades a partir da concepção, atingindo curvas severas de até 180º, quando a coluna processa uma curva completa sobre si mesma. Nesses casos o tratamento é cirúrgico e precoce, na tentativa de corrigir o defeito ósseo a partir do seu nascimento.
As escolioses pode ser agrupadas em funcionais e estruturais, sendo as funcionais ocorrem devido à alterações extrínsecas, como por exemplo um encurtamento com disparidade entre os membros inferiores, causando um desvio do eixo da coluna pela variação de comprimento entre os dois membros. As escolioses estruturais são causadas por desvios localizados diretamente nas estruturas ósteo ligamentares vertebrais.
Durante a infância, tanto meninos quanto meninas podem desenvolver a escoliose, na adolescência, porém as meninas são de 5 a 8 vezes mais afetadas do que os garotos. Durante a juventude a deformação não causa dores, entretanto se não for corrigida, na fase adulta podem surgir dores nas costas.
A coluna pode ser reconduzida à sua posição normal através do emprego de uma força de tração na mesma. Essa força aumenta o espaço entre as vértebras e reduz a curvatura nos pontos críticos. Uma forma engenhosa para "endireitar" a coluna sem que seja necessário pegar ou manusear vértebras e discos. Contudo, o tratamento fisioterápico usando alongamentos e respiração são essenciais para a melhora do quadro.
O tratamento da escoliose pode ser definido através do grau de angulação: 0 à 10 graus não necessita de tratamento fisioterápico, de 10 à 20 graus tem necessidade de tratamento fisioterápico, 20 à 30 graus o tratamento fisioterápico acompanha o uso de colete ortopédico, de 30 à 40 graus requer o uso do colete ortopédico, e de 40 à 50 graus somente tratamento cirúrgico. Contudo a base para o tratamento são fatores como a idade, a flexibilidade, a gravidade da curva e na etiologia.
As principais causas da escoliose são idiopáticas, neuromusculares, a poliomielite, origem congênita e pós-traumática. Testes clínicos e radiografias, de maneira precoce, são muito importantes para o diagnóstico da doença.
A escoliose pode causar danos irreparáveis se não tratada corretamente, daí a necessidade de um controle da evolução sistemática da doença.