A hipercolesterolemia é definida como a presença de uma quantidade de colesterol acima da faixa de normalidade (acima de 200 mg/dL) no sangue.
No Brasil, esta condição acomete aproximadamente 30% da população, especialmente indivíduos com idade superior a 45 anos, de acordo com o Ministério da Saúde.
Apesar de o colesterol apresentar funções orgânicas essenciais para o organismo, como a síntese de hormônios, construção e manutenção das membranas celulares, participação na fabricação da bile e apresentar grande importância para o metabolismo das vitaminas lipossolúveis, este esteróide representa o principal fator de risco no desenvolvimento de patologias cardiovasculares, quando em excesso no organismo.
O colesterol é transportado no sangue ligado a uma proteína, originando assim as lipoproteínas: o HDL (lipoproteína de alta densidade), o LDL (lipoproteína de baixa densidade) e o VLDL (lipoproteínas de muito baixa densidade). Todos estes tipos de colesterol possuem grande importância para a proteção dos vasos sanguíneos e necessitam estar em equilíbrio. O problema principal reside no LDL elevado, pois este leva o colesterol para a circulação, permitindo o seu depósito nas paredes das artérias, sendo, por este motivo, conhecido como “colesterol ruim” ou “mau colesterol”. Este constante acúmulo resulta na formação de placas de gordura que, com o tempo, podem levar a uma obstrução do fluxo de sangue nas artérias do coração ou do cérebro.
Já o HDL, contrariamente ao LDL, apresenta um efeito protetor sobre o sistema cardiovascular, uma vez que levam o colesterol para o exterior dos vasos sanguíneos, sendo, por este motivo, chamado de “colesterol bom”. Assim como o HDL, o VLDL também é encarregado de transportar o colesterol endógeno para os tecidos circunvizinhos, para serem armazenados ou utilizados como fontes de energia.
A hipercolesterolemia isolada não manifestas sintomas, sendo estes resultantes das moléstias consequentes a ela, como, por exemplo, um infarto agudo do miocárdio. Certos tipos de hipercolesterolemia levam ao surgimento de alguns sinais clínicos, como:
- Xantoma, que consiste em lesão epitelial que se apresenta sob a forma de nódulo ou placa, decorrente do acúmulo de colesterol em macrófagos;
- Xantelasma palpebral, que são manchas de coloração amarelada na periferia dos olhos;
- Arco senil, que consiste em uma descoloração esbranquiçada ao redor da córnea.
O excesso de colesterol sanguíneo também é responsável pelo aparecimento de aterosclerose, patologia que pode ser traduzida por meio de diversas complicações, como:
- Angina pectoris;
- Infarto agudo do miocárdio (popularmente chamado de ataque cardíaco);
- Ataque isquêmico transitório;
- Acidente vascular cerebral (AVC);
- Doença arterial periférica.
O tratamento da hipercolesterolemia objetiva alcançar metas que variam de acordo com o estado geral de saúde de cada indivíduo. Dentre as diferentes medidas que cabem no tratamento desta condição, encontram-se:
- Reeducação alimentar;
- Otimização de atividade física;
- Uso de certos fármacos, como estatinas (inibidores de hidroxi-metil-glutamil-coenzima-A redutase), fibratos (derivados do ácido fíbrico), suplementação de ácidos graxos ômega-3 e inibidores da captação de colesterol no intestino.
A carga genética de indivíduos propensos a ter colesterol alto não é modificada. Deste modo, deve ser feito acompanhamento e tratamento destes indivíduos.
Fontes:
https://web.archive.org/web/20111008185754/http://boasaude.uol.com.br/lib/ShowDoc.cfm?LibDocID=3905&ReturnCatID=487
https://web.archive.org/web/20110825030925/http://www.rgnutri.com.br/sqv/patologias/hcoleste.php
https://web.archive.org/web/20121116093820/http://drricardoamim.site.med.br:80/index.asp?PageName=Hipercolesterolemia-20-2D-20como-20prevenir-20e-20tratar
http://www.fleury.com.br/Clientes/SaudeDia/Doencas/pages/Hipercolesterolemia.aspx
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hipercolesterolemia