A lombalgia é definida como um processo doloroso que acomete a região baixa do dorso e a prega glútea. A queixa desse quadro clínico é muito frequente, sendo que as dores variam de apenas uma sensação de desconforto até uma dor lancinante. Comumente esta dor apresenta como etiologia os processos inflamatórios, degenerativos, alterações da mecânica da coluna vertebral, malformações e sobrecarga da musculatura lombar.
Durante o período gestacional, o corpo da mulher passa por diversos processos fisiológicos para que haja uma adaptação para o desenvolvimento da gravidez. Deste modo, uma das alterações comuns são os edemas de partes moles, que pode levar a redução do espaço disponível das estruturas anatômicas, facilitando assim o surgimento de síndromes de compressão nervosa, incluindo a lombar.
As adaptações do sistema osteoarticular são estabelecidas pelo aumento de peso progressivo por parte da mãe, juntamente com o considerável aumento do abdômen e das mamas e à ação de hormônios placentários. O aumento de peso ocorre mais intensamente no terceiro trimestre gestacional, sobrecarregando ainda mais as articulações. Devido à presença do feto e seus anexos no interior do útero, a mãe passa por algumas adaptações posturais realizada por forças internas exercidas pelos músculos extensores do quadril, havendo deslocamento anterior da pélvis e modificação na curvatura lombar.
Sabe-se também que durante a gestação o desenvolvimento uterino leva a alterações na estática da mulher, devido à protusão abdominal, deslocamento diafragmático, mudanças na coluna vertebral e rotação pélvica, além da mudança do centro gravitacional para frente e para cima, tencionando a região lombar. Essas alterações, juntamente com a instabilidade de equilíbrio podem favorecer o surgimento de lombalgia gestacional.
Além das alterações mecânicas anteriormente citadas, a lombalgia gestacional pode ter outras etiologias, como:
- Vascular: ocorre uma redução no fluxo sanguíneo medular, devido à compressão dos grandes vasos sanguíneos pelo útero gravídico.
- Hormonal: durante os primeiros meses de gestação surgem as alterações biomecânicas, devido a presença da relaxina, um hormônio secretado pelo corpo lúteo (ou corpo amarelo) no 1° trimestre de gestação. Este hormônio promove o relaxamento ligamentar generalizado, tornando as articulações da coluna lombar e do quadril menos estáveis e, deste modo, mais susceptíveis ao estresse e a dor.
Deve-se destacar que a lombalgia na gestação pode indicar algum processo infeccioso do trato urinário.
Estudos mostram que aproximadamente 50% das mulheres já apresentaram dor lombar ou pélvica durante o período gestacional, sendo que a lombalgia é tida como um dos cinco sintomas mais comuns durante a gravidez, especialmente a partir do 3° trimestre.
Alguns fatores de risco relacionam-se com o surgimento da lombalgia na gestação, como idade e peso da mãe e do feto, número de gestações anteriores e idade gestacional.
Os tratamentos para a lombalgia gestacional são vários, tanto durante a gestação, como no puerpério. Os fármacos utilizados servem apenas para alívio imediato da dor, não atuando como preventivo. A fisioterapia é uma importante aliada tanto no tratamento quanto na prevenção da lombalgia durante a gravidez.
Fontes:
http://www.portaleducacao.com.br/fisioterapia/artigos/3736/tratamentos-da-lombalgia-gestacional
https://web.archive.org/web/20110408002702/http://www.webartigos.com:80/articles/13100/1/A-Prevalencia-de-Lombalgia-Gestacional/pagina1.html
https://web.archive.org/web/20090521002538/http://www.ucg.br:80/ucg/institutos/nepss/monografia/monografia_13.pdf
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-11692001000300015&script=sci_arttext&tlng=in