Segunda onda de contaminação do coronavírus

Por Claudia de Carvalho Falci Bezerra

Mestre em Pesquisa Clínica em Doenças Infecciosas (FIOCRUZ, 2011)
Graduada em Biologia (UGF-RJ, 1993)

Categorias: Saúde
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O Coronavírus possui um genoma de RNA de fita simples e se distribui entre mamíferos e aves, causando doenças do trato respiratório ou gastrointestinal. A família possui como característica marcante o tamanho do genoma. O SARS-CoV-2 (ou Coronavírus) é o agente etiológico da Covid-19, ou doença do novo Coronavírus.

A doença é de fácil transmissão, e os primeiros casos surgiram na China no final de 2019. O vírus espalhou-se rapidamente por todo o mundo, deixando todo o planeta em alerta. Vários países, incluindo o Brasil, decretaram medidas de restrição de circulação (lockdown), uso de máscara em local público e limpeza de mãos e superfícies com álcool (70%). Outra medida que deve ser seguida por todos é o distanciamento de pelo menos 1 metro entre a população quando estiverem em espaços públicos. A doença possui uma variedade grande de sintomas, sendo os mais comuns a febre, tosse seca, dor no corpo e fraqueza.

Ilustração: Svetlana Shamshurina / Shutterstock.com

Segunda onda de contaminação ou segunda onda da pandemia é o termo utilizado para novos surtos que podem ocorrer após um declínio inicial na taxa de contaminados em qualquer pandemia por qualquer agente infeccioso. Observando a história de outras pandemias, veremos que a maioria delas possuiu uma segunda onda de contaminação. Nas Gripes Russa (de 1889 a 1890), Espanhola (entre 1918 e 1919), Asiática (de 1957 a 1958), de Hong Kong (em 1968 e 1969), e na Suína (em 2009) a segunda onda de contaminação foi detectada.

Não existe uma definição clara sobre por quanto tempo a doença deve estar controlada para que a segunda onda possa ser caracterizada. Contudo, quando há aumento do número de casos, internações e óbitos após uma queda importante pode-se caracterizar uma segunda onda.

Fatores que proporcionam o aparecimento de uma segunda onda

  1. A maneira como a população se comporta frente à doença – quando a população não cumpre ou cumpre em parte as medidas de isolamento, pode estar favorecendo o surgimento de uma segunda onda, pois, assim o vírus circula mais facilmente e pode infectar outras pessoas.
  2. Número de pessoas que são vulneráveis à doença – quanto mais indivíduos vulneráveis, mais o vírus circulará e ocasionará uma segunda onda.
  3. Mutações do vírus – se a mutação sofrida pelo vírus o deixar mais virulento, pode propiciar o aparecimento de uma segunda onda.
  4. Heterogeneidade da população – um bom exemplo é a população que ficou em casa se protegendo e que com o afrouxamento das medidas de isolamento está na rua e pode se infectar.
  5. Imunidade temporária – não se sabe por quanto tempo dura a imunidade contra o Coronavírus, portanto, mesmo quem já ficou doente pode voltar a ter a doença posteriormente.

Uma forma de diminuir os efeitos da segunda onda é fazer a testagem em massa e rastrear os indivíduos que tiveram contato com as pessoas infectadas para isolá-los e assim quebrar a cadeia de transmissão.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou que o Coronavírus pode nunca desaparecer, por isso, deve-se manter os padrões de comportamento adquiridos após a pandemia.

Bibliografia:

Segunda onda de Covid-19 no Brasil é possível, mas pode não ser tão intensa. Disponível em: https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2020/11/04/segunda-onda-de-covid-19-no-brasil-e-possivel-mas-pode-nao-ser-tao-intensa.htm Acessado em 18/11/2020.

Entenda a segunda onda da COVID-19 na Europa e a situação no Brasil. Disponível em: https://dasa.com.br/blog-coronavirus/segunda-onda-da-pandemia-covid Acessado em 18/11/2020.

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