Teste rápido de Coronavírus

Por Claudia de Carvalho Falci Bezerra

Mestre em Pesquisa Clínica em Doenças Infecciosas (FIOCRUZ, 2011)
Graduada em Biologia (UGF-RJ, 1993)

Categorias: Saúde
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Coronavírus ou SARS-CoV-2 é o nome do vírus causador da Covid-19. A origem desta doença foi a cidade de Wuhan, na China e logo o vírus se alastrou para todo o mundo. Por conta disso, em 11 de março de 2020, a Organização Mundial de Saúde declarou que a COVID-19 era uma pandemia. O vírus é transmitido por gotículas infectadas de indivíduos infectados, mesmo os que não apresentam sintomas. Pode ser transmitida também através do toque em locais contaminados com o vírus. Os sintomas, quando presentes, podem variar de um simples resfriado a uma pneumonia grave, sendo os sintomas mais comuns a febre, dor de cabeça, coriza. A perda de olfato e paladar são sintomas específicos da doença. Na presença desses últimos sintomas, devem ser realizados exames específicos para descartar ou não a doença.

O teste rápido do coronavírus é um teste sorológico, que detecta a presença de anticorpos no material analisado (sangue). Os anticorpos são produzidos pelo sistema imunológico quando o organismo humano entra em contato com algum microrganismo estranho. Os anticorpos se ligam ao organismo invasor para impedir que eles ataquem as células, e também sinalizam para o sistema imunológico que o organismo esta sendo atacado. De uma maneira geral, os anticorpos são específicos para cada microrganismo, portanto, quando se identifica o anticorpo, se identifica também o microrganismo invasor. O teste rápido para o coronavírus detecta dois tipos de anticorpos diferentes, IgG e IgM.

Quando realizar o teste?

Só deve ser realizado sete dias após o início dos sintomas, ou quando houver a desconfiança de que se está contaminado.

Funcionamento do teste

Um exemplo de teste rápido de Coronavírus. Foto: Manu Padilla / Shutterstock.com

O teste é semelhante ao teste de gravidez. O sangue é coletado com uma pequena picada no dedo, como nos testes de glicemia. Há um pequeno poço onde se colocam algumas gotas do sangue a ser testado. O sangue percorre uma fita absorvente até chegar na área onde está o reagente. Reagente é toda substância que ao entrar em contato com o anticorpo muda de cor, indicando a presença dele na amostra que está sendo avaliada. Se houver a presença do anticorpo para o novo coronavírus, duas faixas aparecerão. Se aparecer apenas uma faixa, o resultado é negativo. Se não aparecer faixa nenhuma o teste precisa ser refeito.

Interpretação do resultado do teste

O resultado positivo para IgM significa que o indivíduo está ou esteve recentemente infectado. Se o resultado for positivo para IgG significa que já houve contato como vírus no passado. A IgM e a IgG permanecem presentes no sangue por longos períodos, então um resultado positivo não significa que o indivíduo está com o vírus no momento do teste. Neste caso, é aconselhável fazer um teste de RT-PCR para confirmar ou não a presença do vírus.

Limitações

O teste possui alta imprecisão, pois nem todas as pessoas contaminadas possuem os anticorpos no sangue. O organismo demora por volta de sete dias (janela imunológica) para apresentar as primeiras reações. E realizando o teste antes deste tempo, os anticorpos podem não ser detectados, levando a um resultado falso-negativo. Outra limitação do teste é a ausência de sintomas de alguns pacientes, que mesmo contaminados com o vírus não manifestam sintomas.

Por ser um teste de baixa sensibilidade e especificidade, deve-se utilizar um teste mais específico como RT-PCR ou ELISA/ECLIA para confirmação do diagnóstico.

Leia mais:

Bibliografia:

Afinal, como funciona o teste rápido para covid-19? Disponível em: http://coronavirus.saude.mg.gov.br/blog/68-teste-rapido-covid-19 Acessado em 05/11/2020.

Os riscos e as limitações dos testes rápidos de coronavírus https://cesrj.com/2020/04/30/os-riscos-e-as-limitacoes-dos-testes-rapidos-de-coronavirus/ Acessado em 05/11//2020

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