A Tetrodotoxina é uma potente neurotoxina. O envenenamento é causado pela ingestão de toxina produzida nas gônadas e vísceras de alguns peixes da classe Tetraodontiformes, à qual pertence o peixe baiacu. É fatal para o homem, por causar paralisia dos músculos respiratórios. A tetrodotoxina e a saxitoxina são as mais potentes conhecidas.
Esta potente neurotoxina é não-proteica, termoestável e não modifica as características sensoriais do alimento. A produção dessa toxina é de origem bacteriana (e não de alga), pois é comum bactérias associarem-se à animais marinhos. Cepas da família da Vibrionaceae, Pseudomonas sp. e Photobacterium phosphoreum são causadoras desta produção. A despeito dos cuidados na preparação, no Japão ainda são responsáveis por casos fatais, contabilizando-se cerca de 50 mortes por ano. A importação desse peixe é proibida em alguns países. Um potencial perigo permanece em relação a possíveis erros em seu preparo.
A intoxicação por esta biotoxina ocorre devido a ingestão do baiacu e de outras espécies que produzem a tetrodotoxina. Após ingestão do peixe o período de incubação é de 20 minutos a 3 horas, havendo relato de casos com início dos sintomas 2 a 3 minutos após a ingestão. No Japão é um problema de saúde pública, pois faz parte da culinária tradicional. É considerada uma iguaria preparada e vendida em restaurantes especiais com indivíduos treinados e licenciados capazes de remover cuidadosamente as vísceras para reduzir o perigo de envenenamento.
O primeiro sintoma de envenenamento é uma dormência dos lábios e da língua. O sintoma seguinte é o aumento de parestesia de face e extremidades, que pode ser acompanhada de sensação de leveza ou flutuação. Dor de cabeça, rubor facial, dor epigástrica, náusea, diarréia e ou vômito podem ocorrer. Dificuldade para andar pode ocorrer nessa fase que evolui para o aumento da paralisia, com dispnéia. A fala é afetada e a pessoa envenenada apresenta comumente cianose e hipotensão, com convulsões, contração muscular, pupilas dilatadas, bradicardia e insuficiência respiratória. O paciente, embora totalmente paralisado, permanece consciente e lúcido até o período próximo da morte. O óbito ocorre dentro de 4 a 6 horas, podendo variar de cerca de 20 minutos a 8 horas.
O diagnóstico presuntivo é feito com base no quadro clínico e história de ingestão recente do baiacu. É importante estabelecer o diagnóstico diferencial com outras síndromes causadas por toxinas naturais, em especial, as produzidas por frutos do mar e o botulismo. As medidas de controle são feitas por notificação. As medidas preventivas são feitas com orientações sobre o risco de ingestão do peixe baiacu e outras espécies que produzem a tetrodoxina.
Fonte:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Tetrodotoxina
http://www.cve.saude.sp.gov.br/htm/hidrica/Tetrodoxina.htm
http://tetrodotoxina.wordpress.com/como-actua/