Vacina atenuada

Mestre em Pesquisa Clínica em Doenças Infecciosas (FIOCRUZ, 2011)
Graduada em Biologia (UGF-RJ, 1993)

Este artigo foi útil?
Considere fazer uma contribuição:


Ouça este artigo:

Vacinas são substâncias biológicas que são introduzidas nos organismos dos indivíduos para “ensinar” o organismo a reconhecer principalmente vírus e bactérias e prevenir futuras infecções. As vacinas podem ser compostas por agentes semelhantes aos microrganismos que causam as doenças, por toxinas componentes desses microrganismos e pelo próprio agente agressor. Quando há a utilização do próprio microrganismo, ele pode ser utilizado inativado (microrganismo morto) ou atenuado (microrganismo enfraquecido). Em alguns casos, podem acontecer pequenas reações após a aplicação de vacinas como febre, dor em torno do local da aplicação e dores musculares. No Brasil, as vacinas estão disponíveis em postos de saúde e são produzidas por Laboratórios Nacionais ou Institutos de Pesquisa como o Instituto Butantã em São Paulo e Bio-Manguinhos no Rio de Janeiro, sendo também exportadas para vários países.

Histórico

A palavra “vacina” tem origem no termo Variolae vaccinae que é o nome científico da varíola bovina. No ano de 1798, o médico e cientista inglês Edward Jenner introduziu o vírus da varíola bovina e da varíola humana em um garoto de oito anos, pois, havia a crença na época de que quem contraia a varíola bovina tinha uma versão atenuada da varíola humana. Em 1881 quando Louis Pasteur começou a desenvolver a segunda geração de vacinas, ele sugeriu o termo para homenagear Jenner.

Vacina atenuada

São também conhecidas como vacinas vivas atenuadas, pois, utilizam o microrganismo vivo, mas enfraquecido. A vacina atenuada tem como principal vantagem a reprodução da infecção natural, produzindo um bom nível de proteção. Outra vantagem é que normalmente só uma dose é necessária. Como desvantagem, há o fato de que pode ocorrer, em raríssimos casos, a reversão para o tipo virulento. Outra desvantagem é o prazo de validade limitado e a necessidade de estocagem em refrigeração. Além dos microrganismos, as vacinas podem conter outros produtos como água estéril, soro fisiológico ou fluidos contendo proteína; conservantes e estabilizantes que melhoram a eficácia e prolongam a proteção da vacina. Podem conter também pequenas quantidades do material usado para o crescimento dos vírus ou bactérias. Algumas vacinas apresentam ainda traços de antibióticos na sua composição para evitar o crescimento de outros microrganismos. Vacinas atenuadas não são recomendadas para pessoas cujo sistema imunológico esteja comprometido ou para mulheres grávidas, pois, eles correm o risco de desenvolver a doença.

Foto ilustrativa: Numstocker / Shutterstock.com

Vacinas de vírus atenuados

Neste tipo de vacina, os vírus são submetidos a processos em que a sua virulência é reduzida a níveis seguros para vacinação. O procedimento mais comum para obtenção deste tipo de vírus é a infecção sequencial em células vivas ou ovos embrionados, fazendo com que o vírus sofra mutações e tenha a sua virulência (capacidade de causar doença) diminuída, mas com a capacidade de se replicar mantida. O vírus atenuado, ao ser aplicado no corpo de um indivíduo se multiplica de maneira lenta, sem causar maiores danos ao organismo. A resposta imune é induzida pela prolongada exposição ao vírus durante a sua lenta replicação. Há a produção de células de memória (linfócitos B e T), que garantem a imunidade do organismo ao vírus.

Exemplos de vacinas de vírus atenuados: sarampo, caxumba, pólio (Sabin - oral), rubéola e varicela.

Vacinas de bactérias atenuadas

Como acontecem com as vacinas de vírus atenuados, as bactérias são cultivadas in vitro. A vacina de bacilo Calmette-Guérin (ou BCG, para tuberculose) é uma vacina produzida com bactérias atenuadas. Esta vacina foi produzida a partir de uma cepa do Mycobacterium bovis que sofreu sucessivas passagens em meio de cultura e perdeu a virulência. A partir daí, começou a ser administrada em pessoas do mundo inteiro.

As vacinas são a melhor forma de nos prevenirmos das doenças. Elas são seguras e podem prevenir muitas doenças que se não forem tratadas podem ser fatais. Devemos sempre manter a nossa caderneta de vacinação em dia, para nos protegermos e protegermos quem está ao nosso redor.

Leia também:

Bibliografia:

PEAKMAN, Mark & VERGANI, Diego. Imunização. In: PEAKMAN, Mark & VERGANI.

Imunologia básica e clínica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1997, p. 304-309.

Pesquisador explica os tipos de vacinas existentes e porque a imunização é segura. Disponível em http://www.ms.gov.br/pesquisador-explica-os-tipos-de-vacinas-existentes-e-porque-a-imunizacao-e-segura Acessado em 4 de outubro de 2020.

TORTORA, Gerard J. Aplicações Práticas da Imunologia. In: Gerard J. Tortora, Berdell R. Funke, Christine L. Case. Microbiologia. Porto Alegre: Artmed, 2012, 10. ed, p. 501–518.

Vacinas: as origens, a importância e os novos debates sobre seu uso. Disponível em: https://www.bio.fiocruz.br/index.php/br/noticias/1263-vacinas-as-origens-a-importancia-e-os-novos-debates-sobre-seu-uso?showall=1&limitstart= Acessado em 4 de outubro de 2020.

AVISO LEGAL: As informações disponibilizadas nesta página devem apenas ser utilizadas para fins informacionais, não podendo, jamais, serem utilizadas em substituição a um diagnóstico médico por um profissional habilitado. Os autores deste site se eximem de qualquer responsabilidade legal advinda da má utilização das informações aqui publicadas.
Este artigo foi útil?
Considere fazer uma contribuição: