A síndrome de Déjérine-Roussy, também conhecida como síndrome talâmica de Dejerine-Roussy, trata-se de uma condição que surge após o derrame talâmico, um acidente vascular cerebral (AVC) que causa danos ao tálamo.
Foi descrita pela primeira vez no ano de 1906, por Joseph Jules Déjérine e Gustave Roussy e caracteriza-se por leve hemiplegia, hemianestesia superficial, hemitaxia leve e astereognosia, dores no lado hemiplégico e movimentos córeo-atetósicos. Em 1911, foi observado que os pacientes apresentavam dor e hipersensibilidade a estímulos durante a recuperação. Portanto, acreditava-se que a dor ligada ao processo de recuperação de um AVC estava relacionada ao processo de recuperação das lesões cerebrais decorrentes deste transtorno.
Inicialmente, as lesões cerebrais, comumente encontradas em um hemisfério do cérebro, causa uma ausência de sensibilidade e formigamento no lado oposto. Tempos após (semanas ou meses) a dormência pode evoluir para dor severa e crônica, desproporcional a um estímulo ambiental, conhecida como disestesia (dor devido à lesão talâmica) ou alodinia (hipersensibilidade a sensações relacionadas a um estímulo que comumente não gera dor). Infrequentemente, o paciente pode desenvolver dor severa, na presença de pouco ou nenhum estímulo. Também pode haver perda de visão ou perda de equilíbrio.
O diagnóstico é feito por meio da evidenciação em exames imagiológicos do cérebro de infarto ou tumor no tálamo.
O tratamento pode incluir uso de medicamentos e terapias de estimulação. O primeiro inclui opiáceos, anti-depressivos e anti-convulsivos. A segunda forma de tratamento engloba fisioterapia, estimulação elétrica do cérebro e da medula espinhal e uso de fontes de calor.
Fontes:
http://www.scielo.br/pdf/anp/