O sangue coagula quando é retirado de um paciente, extravasa dos vasos sanguíneos por alguma lesão e, assim chega ao tecido conjuntivo, e ali fica parado.
Com um processo bastante complexo, a coagulação sanguínea pode acontecer por via intrínseca, que ocorre no interior dos vasos sanguíneos, ou por via extrínseca, quando o sangue extravasa dos vasos para os tecidos conjuntivos.
O processo por via intrínseca inicia-se quando o sangue entra em contato com regiões da parede do vaso com alguma lesão. Suas reações ativam o fator X que, na presença dos fosfolípides liberados pelas plaquetas e de cálcio, catalisa a transformação de protombina em trombina, que catalisará a conversão do fibriogênio em fibrina.
Por via extrínseca a tromboplastina é lançada pelos tecidos lesados e, junto com o fator VII e o cálcio, ativa o fator X que, catalisando a transformação da protombina em trombina. A última etapa do processo é idêntica ao que ocorre por via intrínseca.
A fibrina é formada por uma rede de delgados filamentos protéicos e que envolve os elementos figurados do sangue, contraindo-os, constituindo o coágulo, e o líquido envolvente é o soro.
Na hemofilia, uma doença hereditária, a coagulação não ocorre por causa da deficiência na formação de uma proteína plasmática, o fator VIII, pelo organismo.
Já em indivíduos que apresentam deficiências circulatórias ocasionadas por coágulos existentes na circulação, são ministradas substâncias anticoagulantes como heparina e dicumarol. Em laboratórios, para exames de sangue, a coagulação é inibida por meio de soluções de citrato e oxalato.
Os exames laboratoriais mais comuns são o Tempo de Sangramento, Tempo de Coagulação e Tempo de Protrombina.
- Tempo de Sangramento – é utilizado um instrumento pontiagudo para perfurar o lóbulo da orelha ou o dedo. Esse teste tem a duração de 1 a 6 minutos, podendo variar de acordo com a profundidade do furo ou na ausência de fatores de coagulação, principalmente a deficiência de plaquetas.
- Tempo de Coagulação – o método mais utilizado é a coleta de 1 ml de sangue em um tubo de vidro. Esse tubo quando é movido para frente e para trás a cada trinta segundos, ate que se observe que o sangue coagulou. Esse teste dura de 6 a 10 minutos. O tempo de coagulação varia muito, dependendo do método utilizado, de modo que este teste já caiu em desuso em muitos serviços, pois a dosagem já pode ser feita por métodos mais sofisticados e precisos.
- Tempo de Protrombina – o sangue é retirado do paciente e imediatamente oxalatado, para que a protrombina não se transforme em trombina. Grandes quantidades de íons, cálcio e fatores teciduais são misturados ao sangue. O excesso de íons e cálcio anula o efeito oxalato, e o fator tecidual ativa a reação protrombina-trombina. O tempo de protrombina normal é de aproximadamente 12 segundos.
A parede de um vaso sanguíneo lesionado ativa cada vez mais plaquetas, que vão se atraindo e formando um tampão plaquetário. Esse tampão pode bloquear a perda de sangue, se a lesão for pequena, e durante o processo subsequente de coagulação serão formados filamentos de fibrina, que se prenderão as plaquetas, formando assim um tampão mais compacto.
Assista no vídeo abaixo como funciona a coagulação do sangue. O vídeo foi produzido pela Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio Preto.
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Fonte:
Levada, Miriam M. O., Fieri, Walcir J. e Pivesso, Mara Sandra G.. Apontamentos Teóricos de Citologia, Histologia e Embriologia, São Paulo: Catálise Editora, 1996.
https://web.archive.org/web/20091216081438/http://www.msd-brazil.com:80/msdbrazil/patients/manual_Merck/mm_sec14_153.html
https://web.archive.org/web/20090222070555/http://mundoestranho.abril.com.br:80/saude/pergunta_287856.shtml