A termorregulação testicular ocorre por meio de um processo que mantém a temperatura dos testículos dos animais, sendo que esta deve encontrar-se entre 4 a 7°C abaixo da temperatura orgânica para que a espermatogênese ocorra normalmente.
Dentre os diversos mecanismos locais que desempenham um importante papel na termorregulação testicular, estão:
- Fluxo sanguíneo regular;
- Controle da posição do testículo em relação ao corpo;
- Sudorese;
- Troca de calor em contracorrente no cone vascular;
- Radiação global de calor da superfície escrotal.
O cone vascular, composto pelas veias do plexo pampiniforme circundando a artéria testicular, possibilita a troca de calor em contracorrente, a regulação do fluxo sanguíneo e a perda de calor por irradiação.
O escroto penduloso aumenta a área de superfície, facilitando, assim, a exposição do cone vascular ao meio ambiente, além de permitir que os testículos mantenham relativa distância do corpo, já que as gônadas masculinas da maioria dos mamíferos terrestres têm localização extracorporal. A pele escrotal é delgada, possui pouco tecido adiposo subcutâneo e apresenta-se praticamente sem pelos; conta ainda com sistemas linfático e sanguíneo bem desenvolvido, facilitando a perda térmica por irradiação e evaporação. A sudorese é uma importante perda de calor por parte do escroto, pois possui grande quantidade de glândulas sudoríparas.
O músculo cremaster, que é comandado pelos nervos simpáticos lombares e faz parte do cordão espermático, responde às mudanças na temperatura ambiental, controlando, desta maneira, a posição dos testículos em relação ao corpo em função da temperatura ambiente, fenômeno conhecido como reflexo cremastérico.
Animais terrestres que possuem baixa temperatura corporal, como é o caso dos elefantes e rinocerontes, não apresentam saco escrotal, sendo que seus testículos localizam-se no interior do abdômen.
Os golfinhos, que são mamíferos marinhos, também possuem testículos no interior da cavidade abdominal. Para estes animais manterem a temperatura testicular dentro da normalidade, há uma pequena alteração na corrente sanguínea dos mesmos, sendo que o sangue, antes de alcançar os testículos, passa pela barbatana dorsal, local onde é ligeiramente resfriado, mantendo, deste modo, a temperatura dos testículos mais baixa do que a do restante do corpo.
Fontes:
http://www.cbra.org.br/pages/publicacoes/rbra/v35n1/pag49-54.pdf
http://pt.wikipedia.org/wiki/Test%C3%ADculo
GABALDI, S.H., WOLF, A - A importância da termorregulação testicular na qualidade de sêmen e touros, 2002.
SETCHELL, B. P. The Parkes Lectures. Heat and the testis, 1998.