A Direita Alternativa (alt-right) refere-se a um grupo de pessoas com posições de extrema direita. Isso inclui suas visões a respeito de temas como raça, gênero, nacionalidade e sexo, que normalmente são disseminadas pelas mídias sociais. Os seguidores da Direita Alternativa utilizam a internet em vez das formas tradicionais de discussão política. Fazem uso da rede tanto para expressar suas ideias como para organizar suas manifestações.
O termo em inglês alt-right foi publicado em um artigo do colunista Paul Gottfried em 2008. Ele se referia aos paleoconservadores, segmento de conservadores norte-americanos que adotam os valores tradicionais. O estímulo para uma maior circulação do grupo ocorreu por meio de Richard Spencer, supremacista branco, diretor do National Policy Institute e fundador do site AlternativeRight.
Os membros da direita alternativa são comumente vistos a expressar seus pontos de vista em fóruns clandestinos na internet. Sob anonimato, ou às vezes revelando suas identidades, são conhecidos por publicarem piadas racistas, descreverem práticas cruéis e propagarem todo tipo de preconceito.
Os grupos da Direita Alternativa consideram-se uma espécie de evolução dos radicais de direita. Assim, distanciam-se do padrão do redneck (caipira), gíria utilizada para definir agricultores pobres e brancos do interior dos Estados Unidos.
Esta sub-cultura de conservadores – mais moderna e proveniente das metrópoles – manifesta-se de forma contida e afirma que isso se deve ao seu nível de inteligência superior ao dos conservadores da velha guarda. O grupo pode ser considerado a vanguarda do conservadorismo. Entretanto, a Direita Alternativa tem origens antigas e enraizadas na cultura dos EUA.
No Ocidente, as políticas referentes à tolerância com as minorias - negros, mulheres, imigrantes e comunidade LGBTQ - teve início durante a década de 1960 com as democracias liberais. Somente em 1964 o Congresso norte-americano admitiu as leis dos Direitos Civis e, no ano de 1967, a do Direito ao Voto.
Desta forma, ficaram garantidos os direitos igualitários e sem discriminação de raça. Ainda naquela década formaram-se diversos movimentos, como os Panteras Negras, ocorreu a Segunda Onda do Feminismo, entre outras ações de minorias. Então, na tentativa de suprir as demandas de todos estes grupos, criou-se um consenso sobre o que seria ou não aceito em relação a eles na sociedade. Naquele mesmo momento criaram-se as ONGs e os think tanks, centros de reflexões sobre assuntos sociais.
Desta forma, esta nova maneira de pensar aliou-se aos centros midiáticos ocidentais. Assim, este princípio de tolerância tornou-se a principal ferramenta para manter os regimes democráticos e liberais. Este consenso desagradou sobremaneira a direita extrema, que observava no fenômeno a criação do que seus membros costumam chamar de marxismo cultural. Este seria um plano de dominação cultural envolvendo um conluio entre o Partido Democrata, a mídia, a Academia e as movimentações das minorias.
Assim, a Direita Alternativa coloca-se como um grupo subjugado e mal compreendido. Segundo esta sub-cultura, isso ocorre devido à ideia propagada pela mídia de que se você é branco, heterossexual e cristão, a priori, você é um opressor. Então, a criação desta alt-right seria uma resposta à incompreensão das democracias liberais em relação à cultura do homem branco.
O jornalista Bob Gaydos afirma que, apesar destas reivindicações, a Direita Alternativa não é uma filosofia política. Define-se melhor como uma bolha da agenda supremacista branca que, alicerçada no medo, espalhou-se pelas mídias sociais. Nestas redes, atuam a partir de memes que transmitem mensagens de ódio. Geralmente, não são admitidos pelos liberais, conservadores, republicanos ou democratas, que buscam uma dissociação destes grupos. Foram catapultados de uma sub-cultura para o mainstream a partir da eleição do presidente Donald Trump, que acabou por dar voz a esta coligação.
Fontes:
https://www.collinsdictionary.com/pt/dictionary/english/alt-right
https://www.geopolitica.ru/es/article/que-es-la-derecha-alternativa-alt-right