A Ku Klux Klan (KKK) foi uma seita racista dos Estados Unidos. A principal ideia defendida por esta organização era a supremacia branca. Segundo esta premissa, os brancos seriam pessoas superiores. Assim, deveriam ter todos os privilégios dentro de uma sociedade. O nome deriva do termo grego “kyklos”, que significa “círculo”. A palavra "Klan" foi colocada como forma de aliteração.
Os membros da Ku Klux Klan reuniam-se por meio de cultos em que manifestavam suas atividades. Nestas ocasiões, pregavam o ódio aos negros e planejavam atos de destruição. O objetivo principal era a intimidação e posterior extermínio dos afro-americanos e de seus apoiadores brancos.
O clã racista americano utilizou-se da ritualística de grupos da Escócia. Os escoceses costumavam queimar cruzes como declarações de guerra. Então a Ku Klux Klan apoderou-se deste símbolo. Ateava e fincava a cruz de fogo no alto de montanhas para intimidar, geralmente em áreas que elas pudessem ser vistas pelos negros e outros adversários. Agiam durante à noite, linchavam e assassinavam afro-americanos e defensores da causa democrata. Uma de suas características era entrar em conflito quando estavam em superioridade numérica.
Utilizavam uma indumentária formada por um capuz cônico e longilíneo. Seus uniformes eram completamente brancos com insígnias identificadas da Ku Klux Klan. Podiam ser observados vestidos desta forma andando pela cidade, o que criava um clima de tensão, intimidação na comunidade; e impedia a identificação de suas fileiras.
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Primeira fase
O grupo foi criado nos anos 1860 pelos veteranos brancos derrotados na Guerra Civil Americana, que formavam os Confederados. A origem da Ku Klux Klan tem data em 1866, na cidade de Pulaski, Estado do Tennessee. Foram presididos pelo general Nathan Bedford Forrest, confederado ao qual se referiam como o grande mago. Na hierarquia do clã constavam também títulos baseados em criaturas da Fantasia como ciclopes, titãs e dragões.
A formação do grupo ocorreu devido à insatisfação em relação ao fim da escravidão, presença gradual dos negros livres na sociedade, além do crescimento do Partido Democrata. Outros fatores incomodavam sobremaneira os membros da Ku Klux Klan. Ao final daquela década, os Republicanos representavam um grupo majoritário no Congresso. Eles apoiavam a inserção de eleitores negros, que anteriormente não possuíam direitos civis naquele território. Somado a isso, ocorria a Reconstrução, política pelo retorno ao país dos territórios que tinham formado os Estados Confederados da América.
Um dos políticos mais importantes no enfraquecimento e separação desta organização, ainda no século XIX, foi Ulysses Simpson Grant, 18º Presidente dos EUA (1869-1877). Em seu primeiro mandato, perseguiu com veemência o grupo racista. Grant endossou a caça ao Ku Klux Klan por meio do Departamento de Justiça e das forças armadas. A Suprema Corte declarou em 1882 a Lei Ku Klux Klan como inconstitucional, porém, àquela altura o clã tinha basicamente sumido.
Segunda fase
A partir da década de 1920 houve um retorno da Ku Klux Klan. Naquele período, o número de membros excedia os quatro milhões nos Estados Unidos. Assim, tornaram-se uma organização lucrativa com o comércio de indumentárias, publicações, títulos e realização de rituais. Foi neste momento que a cruz de fogo entrou em evidência. Além do ódio direcionado aos negros, acrescentaram nesta nova configuração a hostilidade perante católicos, judeus, estrangeiros e trabalhadores sindicalizados.
Terceira fase
Durante os anos 1950, a Ku Klux Klan continuou manifestando-se a partir de organizações menores e fragmentadas. Durante os anos 60, concentraram-se como forma de oposição ao Movimento de Direitos Civis. Colocavam-se também como inimigos de grupos organizados de minorias como os Panteras Negras, entre outros formado por feministas e comunidade LGBTQI+. Em 1979 ocorreu O massacre de Greensboro, cidade da Carolina do Norte. Neste episódio, cinco membros do Partido Comunista dos Trabalhadores foram assassinados por diversos integrantes do Ku Klux Klan e do Partido Nazista Americano.
Fontes:
AZEVEDO, Antonio Carlos do Amaral. Dicionário de nomes, termos e conceitos históricos. 3ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999.
https://www.britannica.com/topic/Ku-Klux-Klan
https://www.history.com/topics/reconstruction/ku-klux-klan
https://www.newworldencyclopedia.org/entry/Ku_Klux_Klan
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/sociedade/ku-klux-klan/