Neonazismo é o termo utilizado para designar a tentativa de continuação do nazismo, realizada por agrupamentos após o final da Segunda Guerra Mundial. Através de apologias, organização de indivíduos ou incitação por meio de mídias sociais, a difusão do neonazismo é marcadamente condenada por todos os países. Em algumas nações, é considerada crime. Embora ocorra esta proibição, a maior parte destes movimentos acontece de forma clandestina. Para existirem, camuflam da comunidade a sua real ideologia. Geralmente, realizam suas reuniões em nichos formados por simpatizantes.
As características destes grupos podem variar. Porém, as mais frequentes são os discursos de Adolf Hitler, a simbologia variada do nazismo alemão, o antissemitismo, o racismo e o ódio em relação aos estrangeiros. Os adeptos do neonazismo voltam-se também contra ciganos e a comunidade LGBTQ+.
Apesar da origem localizada na Alemanha Nazista, o neonazismo ocorre em escala global. A depender da cultura e das peculiaridades do país em que se instaura, apresenta elementos próprios. Porém, sempre baseados no preconceito referente à nacionalidade, raça, sexo, religião ou ideologia.
Possuem o objetivo de formar o Quarto Reich e negam ter sido derrotados pelo Exército da União Soviética no final da Segunda Guerra Mundial. Entre outros aspectos, amenizam as atrocidades realizadas pelos nazistas, relativizam o Holocausto e colecionam insígnias provenientes de veteranos ou herdeiros do Terceiro Reich. Embora variados, a devoção à imagem de Adolf Hitler é a principal marca desses grupos.
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Neonazismo nos Estados Unidos
A Segunda Guerra Mundial terminou, e naquele período os Estados Unidos compunham os Aliados, grupo que saiu vencedor do conflito. Porém, a ideologia neonazista continuou perseverando nos EUA. Em 1959 deu-se a fundação do Partido Nazista Americano (American Nazi Party). Seu líder foi George Lincoln Rockwell, político e ex-militar que abandonara o exército devido a sua ideologia. Rockwell comandou a coligação até ser assassinado em 1967.
Quando comparada ao nazismo alemão, a vertente neonazista norte-americana apresenta algumas diferenças. Assim como ocorre em grupos deste tipo em todos os lugares do mundo, obviamente seus membros não possuem a superioridade ariana. De acordo com os nazistas, esta seria a linhagem mais pura dos seres humanos. A raça, formada por indivíduos inteligentes, claros, fortes e altos, representava arbitrariamente o status de superior. No bojo de sua formação histórica, o nazismo norte-americano ainda alia o ódio aos negros.
Afora o Partido Nazista Americano, outro conglomerado neonazista dos EUA chama-se Aryan Nation (Nação Ariana), com data nos anos 1970. Seu fundador foi o ativista de direita extrema Richard Girnt Butler. Com origem no cristianismo, esta organização é marcada pelo antissemitismo e seus adeptos tem como lema o “poder branco” (white power).
Rico em grupos neonazistas, o Estados Unidos conta com um dos piores índices de alegações de preconceito em escala global. Muito disso se deve à formação de uma das faces mais violentas do racismo norte-americano: a Ku Klux Klan (KKK). Apesar de não ter relação com a gênese dos grupos neonazistas, o movimento partilha dos mesmos ideais. Formado no final dos anos 1860, este movimento de supremacistas coloca-se contrário à imigração, cultiva o nordicismo (raça nórdica) e reivindica a nacionalidade branca dos americanos.
Marcha da extrema direita americana em 2017
No primeiro ano de mandato do presidente Donald Trump, centenas de pessoas marcharam pelas ruas de Charlottesville, Estado americano localizado na Virgínia. Com o intuito de unir a direita, estes manifestantes carregavam tochas – uma alusão à Ku Klux Klan – faziam saudações neonazistas e berravam frases de impacto contra judeus, homossexuais, imigrantes e negros. Isso demonstrou o quanto o sentimento neonazista ainda era presente no país, mesmo tantos anos após o fim da lei de segregação racial.
Neonazismo no Brasil
No Brasil existem gangues neonazistas dentro de um contexto sub-cultural. Apesar de o país ter lutado contra nazistas e fascistas na Segunda Guerra Mundial, durante a Era Vargas, facções neonazistas surgiram na década de 1990 nas regiões Sudeste e Sul. Estes grupos pregam o ódio em relação às minorias e seus alvos preferidos são homossexuais, negros, sem-teto e toda a sorte de indivíduos em situação de vulnerabilidade.
Fontes:
AZEVEDO, Antonio Carlos do Amaral. Dicionário de nomes, termos e conceitos históricos. 3ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999.
http://www.derechos.org/nizkor/brazil/libros/neonazis/cap4.html