Anarquismo individualista

Por Felipe Araújo
Categorias: Sociologia
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Entre as diversas vertentes anarquistas, o anarquismo individualista  - também conhecido como anarcoindividualismo, é uma tradição com ênfase na vontade do indivíduo. Segundo essa ideologia, cada cidadão seria seu próprio mestre e as interações sociais ocorreriam de forma voluntária. De acordo com este pensamento do anarquismo, o individualismo anárquico daria prioridade ao indivíduo no que se refere a qualquer determinação externa. Assim, o sujeito não é um meio para uma causa, mas um fim em si mesmo.

"O anarquista é aquele que nega a autoridade e rejeita seu corolário econômico: a exploração. E isso em todas as áreas de atividade humana. O anarquista deseja viver sem deuses nem mestres; sem patrões nem diretores; alegais, sem leis e preconceitos; amorais, sem obrigações e moralidades coletivas. Ele deseja viver em liberdade, viver sua concepção pessoal de vida", afirmou Émile Armand - influente anarquista francês do século XX que fundou, em conjunto com outros individualistas, a Ligue Antimilitariste e foi responsável pela edição do jornal "L'En-Dehors" por quase vinte anos.

Longe de ser uma filosofia simples, o anarquismo individualista possui várias vertentes que apresentam pontos de conflito. Entre os teóricos dessa ideologia estão: Max Stirner, com foco no egoísmo, Herbert Spencer, Benjamin Tucker, Pierre Joseph Proudhon, Lysander Spooner, grupo que defende o mutualismo, Josiah Warren - a favor da soberania do indivíduo e Henry David Thoreau e William Godwin, com o tema do transcendentalismo.

O anarquismo individualista é uma das vertentes com mais divisões, assim como o anarquismo coletivista. Em detrimento do anarquismo comunista, o anarcoindividualismo não tem características de um movimento social, pois é mais voltado à literatura e à filosofia e nele não existe a defesa de uma revolução para a remoção do Estado.

Com surgimento nos Estados Unidos e posteriormente na Europa durante o século XIX, o anarquismo individualista teve adesão de diversos ativistas e autores, que criaram a tradição individualista nativa. Um ápice do desenvolvimento anarcoindividualista ocorreu no ano de 1920 no Reino Unido e na França.

Entre as principais características do anarquismo individualista estão: o indivíduo e sua vontade sobrepondo conceitos como a moralidade, vontade e ideias de outrem, religião e costumes da sociedade. Restrição ou rejeição a respeito de revoluções, pois estes seriam movimentos de revolta que trariam novas formas hierárquicas. Em detrimento disso, é adepto de métodos diferentes de levar o pensamento anárquico por meio de experiências através da consciência e de atitudes cotidianas.

Fontes:
http://aesquerdalibertaria.blogspot.com.br/2013/10/o-pequeno-manual-do-anarquismo.html
http://www.marxists.org/archive/ryner/1905/mini-manual.htm
http://mises.org/journals/lf/1975/1975_01.pdf

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