Iorubá é o nome de uma das maiores etnias do continente africano em termos populacionais. Na verdade, o termo é aplicado a uma coleção de diversas populações ligadas entre si por uma língua comum de mesmo nome, além de uma mesma história e cultura. Os grupos étnicos que vivem próximos aos iorubás são os fon, ibo, igala e Idoma.
A maior parte dos iorubás vive na Nigéria, mais precisamente na região sudoeste do país. Há também importantes comunidades presentes em Benim, Gana, Togo e Costa do Marfim. Devido ao tráfico de escravos, bastante ativo na área entre os séculos XV e XIX, muitos traços da cultura, língua, música e demais costumes foram disseminados por extensas regiões do continente americano, com destaque para Brasil, Cuba, Trinidad e Tobago e Haiti. Boa parte da população negra no Brasil veio de terras iorubás.
Presentes há vários séculos em áreas dos atuais Benim e Nigéria, a história recente dos iorubás é marcada pelo surgimento do Império de Oyo no final do século XV, que se ergueu com o auxílio dos portugueses interessados no comércio local. Lagos, aliás, a mais importante e populosa cidade da Nigéria, localizada em terras iorubás, recebeu seu atual nome do entreposto construído pelos portugueses, uma referência à cidade do sul de Portugal.
No início do século XIX os iorubás sofrem com a invasão dos fulani, que empurram os iorubás para o sul, onde as cidades de Ibadan e Abeokuta são fundadas. A maior parte das áreas iorubá são oficialmente colonizadas pelos britânicos a partir de 1901, sob um sistema de governo indireto que imitava as estruturas tradicionais.
Na Nigéria atual, os iorubás são uma importante etnia, representando cerca de um sexto da população. São na sua maioria católicos, mas uma parte segue também o islamismo, ficando o culto tradicional em terceiro lugar. Cerca de 75% dos homens são agricultores que vivem daquilo que cultivam. As mulheres geralmente são encarregadas de vender parte do excedente nos mercados populares das cidades. Alguns indivíduos possuem grandes fazendas de cacau onde o trabalho é realizado por mão de obra contratada. Nas cidades, os iorubás respeitam além das autoridades formais, o líder temporal, o “oba”, que conquista sua posição de várias formas diferentes, incluindo herança, casamentos, ou sendo pessoalmente selecionados por um Oba já no poder. Cada Oba é considerado um descendente direto do Oba fundador de cada cidade. O Oba é geralmente auxiliado por um conselho de chefes.
Um destaque da cultura iorubá são os trajes elaborados, feitos tradicionalmente de algodão. O mais básico a Aso- Oke, com muitas cores e padrões diferentes. Um dos trajes masculinos típicos é o agbada, cujo nome no Brasil virou sinônimo de uma espécie de uniforme de um determinado bloco de carnaval.
Bibliografia:
Yoruba information (em inglês). Disponível em: < http://www.uiowa.edu/~africart/toc/people/yoruba.html >
Yoruba (em inglês). Disponível em: < http://www.everyculture.com/wc/Mauritania-to-Nigeria/Yoruba.html >
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/sociologia/povo-ioruba/