Lista de questões de vestibulares sobre o Racismo. Ler artigo Racismo.
Protestos realçam divisão racial nos EUA
Os protestos pedindo justiça pela morte do adolescente negro Michael Rown, 18, assassinado com seis tiros pelo policial branco Darren Wilson, 28, estão tão “rachados” quanto a segregada comunidade entre brancos e negros. Durante o dia, mesmo sob o sol de 35 ºC, famílias inteiras portam cartazes coloridos e levantam os braços aos gritos de “não atire” pelas calçadas da avenida West Flosissant, que corta a pequena Ferguson, de 21 mil habitantes, subúrbio de Saint Louis.
Folha de São Paulo, 10 ago. 2014. A10.
Sobre segregação, conflitos e defesa dos direitos de afrodescendentes, é CORRETO afirmar que:
entre as conquistas do movimento negro brasileiro, pode-se citar a oficialização do Dia Nacional da Consciência Negra, a aprovação de cotas para afrodescendentes em universidades públicas e a obrigatoriedade do ensino de história da África e afro-brasileira na Educação Básica.
o arianismo, defendido pelo nazismo, afirmava que os arianos possuíam características de uma “raça superior”, servindo de justificativa para a perseguição de todos os que não as possuíam. Os negros, no entanto, foram poupados desta segregação.
no século XX, a segregação racial dos negros nos Estados Unidos se traduziu, por exemplo, pela separação do uso de espaços comuns, como transportes, banheiros e praças públicas.
na década de 1950, Rosa Parks, cidadã negra americana, realizou um ato de manifestação contra a segregação quando, em um ônibus, se recusou a ceder seu lugar para um passageiro branco. A ação não teve maiores consequências, constituindo-se em um ato isolado.
o Partido Pantera Negra para Autodefesa foi criado na década de 1960 e compartilhava os ideais pacifistas defendidos pelo líder da resistência negra nos Estados Unidos, Martin Luther King.
entre as várias formas de resistência à escravidão, está a formação de quilombos, cujas comunidades remanescentes ainda são encontradas em diferentes locais do Brasil.
Analise as proposições em relação aos registros sobre o protagonismo das populações negras contra a discriminação racial.
I. No Brasil, Abdias Nascimento é considerado uma das lideranças mais expressivas da juventude negra comunista, participou ativamente da luta armada contra a ditadura militar e foi o criador do Teatro Experimental do Negro (TEN) e do Movimento Negro Unificado (MNU). II. Durante as décadas de 60 e 70, Steve Biko liderou o Movimento da Consciência Negra contra o apartheid na África do Sul. Ficou famoso pelo slogan Black is Beautiful. III. As Panteras Negras foi um movimento negro norte-americano criado nos anos 60 do século XX. Os militantes desse grupo radical pediam a libertação de todos os negros das penitenciárias americanas, e o pagamento de indenizações às famílias negras pelo período da escravidão. O grupo teve orientação marxista e foi severamente reprimido pelo FBI. Entre as lideranças, merecem destaque Huey Newton e Bobby Seale. IV. Nação do Islã foi uma vertente religiosa norte-americana de luta contra a discriminação racial, praticava a luta política por meios legais, mas aceitava a violência para autoproteção. O grupo defendia a supremacia e o separatismo dos negros. Seu principal representante foi Malcolm X. V. Em Santa Catarina, a população negra só conseguiu se mobilizar com organizações de combate ao racismo a partir da militância antirracial de Cruz e Sousa em meados do século XIX.
Assinale a alternativa correta.
Somente as afirmativas II, III e IV estão verdadeiras.
Somente as afirmativas I, II e V são verdadeiras.
Somente as afirmativas III, IV e V são verdadeiras.
Somente as afirmativas I, II e IV são verdadeiras.
Todas as afirmativas são verdadeiras.
Como os abolicionistas americanos previram, os problemas da escravidão não cessariam com a abolição. O racismo continuaria a acorrentar a população negra às esferas mais baixas da sociedade dos Estados Unidos. Mas se tivessem tido a oportunidade de fazer uma viagem pelo Brasil de seus sonhos – o país imaginado por tanto tempo como o lugar sem racismo – eles teriam concluído que entre o inferno e o paraíso não há uma tão grande distância afinal. (Adaptado de Célia M. M. Azevedo, Abolicionismo: Estados Unidos e Brasil, uma história comparada (século XIX). São Paulo: Annablume, 2003, p. 205.)
Sobre o tema, é correto afirmar que:
A experiência da escravidão aproxima a história dos Estados Unidos e do Brasil, mas a questão do racismo tornou-se uma pauta política apenas nos EUA da atualidade.
Os abolicionistas norte-americanos tinham uma visão idealizada do Brasil, pois não identificavam o racismo como um problema em nosso país.
A imagem de inferno e paraíso na questão racial também é adequada às divisões entre o sul e o norte dos EUA, pois a questão racial impactou apenas uma parte daquele país.
A abolição foi uma etapa da equiparação de direitos nas sociedades norte-americana e brasileira, pois os direitos civis foram assegurados, em ambos os países, no final do século XIX.
“Três morrem em marcha de supremacistas brancos nos EUA
Pelo menos três pessoas morreram neste sábado (12) em Charlottesville, uma cidade universitária de 47 mil habitantes no Estado da Virgínia que virou palco simultâneo da maior manifestação de supremacistas brancos do passado recente dos EUA e de um protesto antirracismo [...] A manifestação deste sábado foi convocada por grupos supremacistas brancos para protestar contra a decisão de retirar uma estátua do general Robert E. Lee (1807-70) de um parque local. Lee comandou as tropas confederadas na Guerra Civil dos EUA (1861-65), quando Estados do Sul lutaram para se separar do Norte abolicionista e manter seus escravos. A decisão segue a de outras cidades do Sul de retirarem símbolos confederados, que remetem ao passado escravocrata do país, de prédios e parques públicos [...] Um pequeno grupo que se identificava como milícia, vestido com roupas camufladas, carregava escudos e armas de grosso calibre. Já os manifestantes antirracismo marcaram um contraprotesto diante de uma estátua do presidente Thomas Jefferson (1743-1826), que fundou a universidade e cuja fazenda fica nos arredores. Quando os grupos se cruzaram, houve troca de agressões, arremessos de objetos e uso de gás pimenta. A polícia ordenou toque de recolher. Os supremacistas – que já haviam realizado uma marcha na noite anterior com tochas e palavras de ordem contra negros, homossexuais, judeus e imigrantes – planejavam atrair 6.000 pessoas. Após um site de locação de quartos para hóspedes boicotar os interessados em comparecer, conseguiram reunir algumas centenas. Os organizadores são ligados à chamada “alt-right” (direita alternativa, bastante vocal após a eleição de Trump) e alegam que o avanço dos direitos civis para minorias levará à sua extinção”. Folha de São Paulo, 13/08/2017. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2017/08/1909433-extremadireita- e-grupos-anti-racismo-se-enfrentam-em-confronto-nos-eua.shtml. Acesso em 14 de agosto de 2017.
Com base no trecho acima e nos conhecimentos históricos, considere as alternativas:
I – Os monumentos, como as estátuas mencionadas na reportagem, podem ser entendidos como artefatos para homenagear e preservar certos valores e/ou ações na época de sua confecção e para gerações futuras. II – Os conflitos em Charlottesville têm raízes históricas e nos remetem a eventos como a Guerra de Secessão, nos EUA, e o Holocausto, na Alemanha. III – A retirada da estátua do general Robert E. Lee é resultado de uma reinterpretação do passado à luz de novos princípios e condutas desejados por determinados grupos no presente. IV – O passado escravocrata de países como os Estados Unidos e o Brasil foi simbólica e legalmente encerrados no século XIX, período em que os preconceitos raciais foram socialmente abolidos.
Apenas I e II estão corretas;
Apenas III e IV estão corretas;
Apenas I, II e III estão corretas;
Apenas II e IV estão corretas;
Todas estão corretas.
“Afirmar que o racismo no Brasil é sutil, significa fechar os olhos para a crueldade a que foi historicamente submetida a população negra. Verificam-se, então, dois mecanismos que se conjugam, traduzindo algumas facetas do racismo brasileiro. Por um lado, temos a ‘quase invisibilidade’ da questão racial. Embora os inúmeros dados demonstrativos da situação injusta e crítica vivenciada pelos negros no Brasil estivessem em desníveis há décadas, somente nos últimos anos eles foram trazidos a público, no bojo dos debates sobre a implementação de políticas afirmativas, em decorrência das iniciativas do movimento negro. Por outro lado, coloca-se a crença no mito da democracia racial e na ideia de que o Brasil teria superado a escravidão e o racismo por meio do processo de miscigenação que, por sua vez, nos teria livrado de problemas existentes apenas em outras paragens, tais como Estados Unidos ou a África do Sul”. (PACHECO; SILVA, 2007). Fonte: PACHECO, J. Q.; SILVA, M. N. Introdução in ______;______(orgs). O negro na universidade : o direito à inclusão. Brasília : Fundação Cultural Palmares, 2007, p. 1 – 6
Tomando por base o texto de Pacheco e Silva, é correto afirmar que:
O racismo no Brasil é sutil e imperceptível;
A miscigenação eliminou o racismo nas relações sociais;
Estados Unidos e África do Sul são exemplos de tolerância racial e eliminação de preconceitos;
Os dados estatísticos desmentem a ideia de que no Brasil não existe racismo;
Políticas de Ações Afirmativas são desnecessárias no contexto brasileiro.
“Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, elas podem ser ensinadas a amar.” (Nelson Mandela – citado em: SILVA, Aida M. M. Apresentação. In: SILVA, Aida M. M.; TIRIBA, Léa (orgs.). Direito ao ambiente como direito à vida: desafios para a educação em direitos humanos. São Paulo: Cortez, 2015. p. 08.)
“[...] E de pai pra filho o racismo passa Em forma de piadas que teriam bem mais graça Se não fossem o retrato da nossa ignorância Transmitindo a discriminação desde a infância E o que as crianças aprendem brincando É nada mais nada menos do que a estupidez se propagando Qualquer tipo de racismo não se justifica Ninguém explica Precisamos da lavagem cerebral pra acabar com esse lixo que é uma herança cultural [...].” (GABRIEL O PENSADOR. Lavagem Cerebral. Álbum: Gabriel O Pensador. Sony Music, 1993. CD.)
Os dois trechos acima fazem menção à discriminação racial. Com base neles e nas condições históricas do racismo no Brasil, escolha a alternativa CORRETA.
O primeiro trecho assinala que o racismo é uma característica irreversível do ser humano, ao passo que o segundo afirma que o racismo é um legado que deve ser recusado;
Historicamente, no Brasil, não houve e não há diferenciação legal entre pessoas de cores diferentes, motivo pelo qual o racismo se consolidou por meio de piadas e brincadeiras, como sugere o segundo trecho;
O primeiro trecho indica que a tolerância racial pode ser ensinada, ao passo que o segundo trecho nega que o racismo tenha raízes históricas;
O racismo contemporaneamente não tem vínculo direto com a escravidão no Brasil, uma vez que esta foi extinta em 1888, logo após a assinatura da Lei Áurea, pela Princesa Isabel, filha de D. Pedro II;
Tanto o primeiro quanto o segundo trecho sugerem que o racismo é resultado de um processo histórico, que pode ser convertido em tolerância racial.
Observe os seguintes dados apresentados pelo artigo "Racismo: o que você tem a ver com isso?", publicado em março de 2017 no portal Unisinos Notícias.
1) Segundo o Mapa do Encarceramento no Brasil, de 2012, as prisões contavam com 1,5 mais negros que brancos.
2) Segundo o Mapa da Violência, de 2015, os dados referentes ao ano de 2013 indicam que foram assassinados, proporcionalmente, 173,6% mais negros que brancos.
3) Segundo o mesmo Mapa da Violência, de 2015, em 10 anos (de 2003 a 2013) o número de homicídios de mulheres negras aumentou 54%.
Sabendo-se que o racismo é elemento historicamente constitutivo da sociedade brasileira, assim a análise dos dados:
permite afirmar que não existe racismo no Brasil.
permite constatar que a violência, no Brasil, atinge mais pessoas negras que brancas.
indica que não há qualquer relação entre o racismo e a desigualdade social.
permite afirmar uma diminuição nos atos violentos, tendo por vítimas mulheres negras, entre os anos de 2003 e 2013.
não se relaciona, de forma alguma, com questões raciais.