A bomba de vácuo é um dispositivo criado para remover as moléculas de ar ou qualquer outro gás, deixando um vácuo parcial dentro de determinado vasilhame. Constitui uma importante invenção, pois foi um dos primeiros instrumentos projetados para resolver problemas ligados a outros projetos científicos, que dependiam dos efeitos do vácuo.
A concepção de vácuo remonta à antiga Grécia, com as ideias dos filósofos atomistas, especialmente Demócrito de Abdera e Leucipo de Mileto, que defendiam a ideia de um universo composto por átomos maciços, movimentados no vazio absoluto (vácuo). No final da Idade Média, porém, os intelectuais da época ainda aceitavam o conceito aristotélico da aversão da natureza pelo vácuo, acreditando que um espaço sem corpo algum seria algo impossível. Mesmo nessa época já haviam bombas de sucção capazes de elevar a água, e seu funcionamento era explicado pelo fato de que, quando o pistão de sucção retirava o ar no interior do cilindro, a água subia imediatamente para ocupá-lo, impedindo a formação de vácuo. Tais bombas, entretanto, não elevavam a água acima de 10 metros.
Galileu buscou uma solução para o fenômeno, sugerindo que a aversão pelo vácuo era produto de uma espécie de força de atração entre sólidos e líquidos, e propôs uma experiência para determinar o limite de tal força, que consistia em preencher um tubo com água, fechar o registro e invertê-lo, de modo que o bulbo ficasse para cima. A coluna baixou até a altura observada nas bombas, deixando o bulbo vazio, aparentemente com vácuo.
Torricelli repete a experiência dois anos mais tarde, utilizando desta vez um pequeno tubo preenchido com mercúrio. Tal aparelho permitiu a constatação de de existência de pressão e peso do ar. A partir dessa época, surge a ideia de produzir vácuo em um sistema fechado.
Surge a partir desse momento, o interesse dos cientistas em investigar a natureza do vácuo. Otto von Guericke, engenheiro e prefeito de Magdeburgo, após várias tentativas, produziu a primeira bomba de vácuo eficiente, cujos princípios de funcionamento são os mesmos até hoje, mas tal aparelho exigia muito tempo e força muscular. Robert Hooke adaptou um sistema de manivela para acionar o pistão da bomba, e aperfeiçoou os registros do aparelho, tornando-a mais fácil de operar. Boyle e Huygens desenvolvem um sistema que permitia o uso da bomba em vários tipos de recipientes. Em 1674, Denis Papin acopla um segundo cilindro à bomba, de modo a produzir vácuo continuamente. A partir daí, as bombas a vácuo sofrerão mudanças menores, seguindo com os mesmos princípios, tendo um importante papel na indústria e nas pesquisas de laboratório.
Bibliografia:
Pequena História das Invenções. São Paulo: Abril S.A. Cultural e Industrial, 1976.