Mobilidade urbana

Por Morôni Azevedo de Vasconcellos

Especialista em Geografia do Brasil (Faculdades Integradas de Jacarepaguá, RJ)
Mestre em Educação (Estácio de Sá, 2016)
Graduado em Geografia (Simonsen, 2010)

Categorias: Geografia, Transporte
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Um tema que reaparece na mídia, especialmente na época das eleições, é a mobilidade urbana, que tem sido um dos grandes desafios para as cidades brasileiras e do mundo.

Por mobilidade urbana entendemos toda a forma de locomoção dentro dos centros urbanos, incluindo aí a preocupação com a eficácia dos meios de transporte públicos, o grau de participação dos meios particulares de transporte, a acessibilidade das vias públicas e dos transportes para os portadores de necessidade especiais (rampas e elevadores para cadeirantes, piso tátil para deficientes visuais, etc), custos econômicos e ambientais dos transportes urbanos, entre outros. Em suma, todo o deslocamento de pessoas e cargas no espaço urbano está incluso na questão da mobilidade urbana.

Muitos fatores interferem na mobilidade urbana: qualidade e eficiência dos transportes públicos, priorização de um modelo rodoviarista ou a opção por estradas de ferro, impacto ambiental dos transportes adotados, viabilidade do uso de meios alternativos de transportes através da construção de ciclovias e ciclofaixas, opção por combustíveis que causem menos danos ambientais, entre outros.

Atualmente, uma das grandes polêmicas envolvendo a mobilidade urbana está acompanhando o surgimento dos aplicativos de transporte executivo, tais como Uber, Cabify e outros, que concorrem não apenas com os táxis, mas em função do seu custo reduzido, por vezes disputam com os próprios transportes públicos quando os mesmos são caros e ineficientes.

Iniciativas como o Dia Mundial Sem Carros buscam conscientizar as pessoas sobre os impactos negativos do uso excessivo de carros particulares tanto para o meio ambiente quanto para a mobilidade urbana (aumentando os engarrafamentos, a escassez de vagas para estacionamento, ...) em oposição ao uso de meios de transporte alternativos como bicicletas e também a opção pelos transportes coletivos (ônibus, trens, metrôs, barcas).

A mobilidade urbana no Brasil

Em nosso país a mobilidade urbana está consagrada como direito constitucional e também há a adoção da atual Política Nacional de Mobilidade Urbana pela lei 12.587/2012, igualmente foi um dos eixos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Entretanto, existem vários desafios a serem superados:

O primeiro aspecto a ser superado no problema da mobilidade urbana brasileira é a opção pelo modelo rodoviarista, com forte ênfase no uso de ônibus urbanos e carros, enquanto se mantém uma malha ferroviária e metroviária demasiadamente escassa e um potencial hidroviário raramente explorado. Esse problema não ocorre apenas no transporte de passageiros, mas também no transporte de cargas, gerando alto impacto ambiental pela escolha de um modelo mais poluidor e também um impacto econômico pela escolha de um modelo mais caro de transporte que encarece os produtos transportados.

Outra grande dificuldade encontrada tem sido a dos elevados custos nos transportes urbanos, gerando diversos problemas socioeconômicos, especialmente para a população mais pobre que geralmente reside em localidades mais distantes dos locais de trabalho e lazer, gerando dificuldades na empregabilidade dessas pessoas.

Para discutir essas e outras questões, existem diversos fóruns regionais de mobilidade urbana, visando tratar os problemas de acordo com a realidade local apresentada.

Referências:

http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2017-07/mobilidade-urbana-e-desafio-para-cidades-e-trabalhadores

http://www.mobilidadeurbanarj.org.br/

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12587.htm

http://www.pac.gov.br/infraestrutura-social-e-urbana/mobilidade-urbana

http://www.worldcarfree.net/

http://www.mobilize.org.br/

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