Lentes de contato

Mestre em Ciências Biológicas (Universidade de Aveiro-SP, 2013)
Graduada em Biologia (Universidade Santa Cecília-SP, 2003)

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As lentes de contato são lentes corretivas posicionadas na superfície da córnea dos olhos a fim de corrigir erros simples de refração. Seu uso pode ser feito também na reabilitação pós-refrativa e quando há defeito epitelial persistente. O uso terapêutico pode ser indicado quando o grau entre os olhos apresenta uma diferença significativa ou quando a córnea apresenta anomalias.

Funcionam como uma alternativa aos óculos (melhoram a aparência), diminuem as restrições de atividades cotidianas e assim, proporcionam uma melhoria na qualidade de vida da pessoa. Para além disso, elas podem ser utilizadas para razões estéticas, as lentes cosméticas apresentam coloração.

São indicadas para pessoas que apresentam doenças visuais, tais como a miopia, o astigmatismo, a hipermetropia e a presbiopia. Para os portadores de ceratocone, é a única alternativa eficiente para a correção do erro refrativo quando o uso de óculos não consegue a resolução do problema.

Mulher colocando lente de contato. Foto: Sergey Ryzhov / Shutterstock.com

Podem ser de dois tipos e são confeccionadas com diferentes composições: rígidas e hidrofílicas.

Lentes de contato rígidas

Existem dois tipos: PMMA (feitas de plástico polimetilmetacrilato) e gás permeáveis (constituídas de silicone). A primeira não é permeável ao oxigênio, o que limita o seu tempo de uso. Já a segunda permite que o oxigênio atravesse o filme lacrimal até a córnea e, em caminho inverso, o gás carbônico; é a mais confortável entre as duas.

Lentes de contato hidrofílicas

São as gelatinosas. São constituídas de material plástico poli-HEMA (polihidroxietilmetacrilato) que as deixam flexíveis e macias. O oxigênio atravessa através dos seus poros. Podem ser de uso contínuo ou descartáveis.

São divididas em quatro grupos, de acordo com o teor de água e as características da superfície dos materiais das lentes, fatores que influenciam a deposição de proteínas e lipídios e também no conforto:

  • Grupo I - lentes não iônicas com baixo conteúdo aquoso
  • Grupo II - lentes não iônicas com alto conteúdo aquoso
  • Grupo III - lentes iônicas com baixo conteúdo aquoso
  • Grupo IV - lentes iônicas com alto conteúdo aquoso

O grupo IV possui maior permeabilidade do oxigênio, devido ao seu alto depósito proteico.

Algumas complicações associadas ao uso dos dois tipos de lentes são: desconforto, olho seco, neovascularização corneana, lesão epitelial superior, conjuntivite papilar e inflamação na córnea, a ceratite causada por bactéria (Pseudomona saeruginosa, Staphylococcus aureus e Staphylococcus epidermidis), ameba (Acanthamoeba spp.) ou fungo (Candida albicans e Fusarium solani).

São decorrentes da higiene inadequada das mãos durante a sua manipulação ou dos estojos de armazenamento; do uso por períodos longos além do que é recomendado, da utilização de soluções multiuso impróprias e quando não há acompanhamento oftalmológico regular.

Com a função de limpeza, desinfecção e conservação, a solução multiuso ajuda manter as lentes de contato livres dos depósitos de sujeira que são acumulados durante o seu uso.

Além dos cuidados com o manuseio, existem outros fatores influenciam no conforto do uso de lentes de contato, como por exemplo o material de sua composição, a adaptação e o tempo de uso; e os fatores ambientais, como: o ambiente externo (umidade, vento, temperatura), o computador, a luz, o uso de medicamentos e a doenças oculares preexistentes.

Referências:

LEITE, F. P.; MACENTE, S. Soluções multiuso na desinfecção de lentes de contato: uma revisão sobre sua eficácia. Saúde e Pesquisa, v. 7, n. 2, 2014.

RIBEIRO, M. C. M. P. et al. Impacto de lentes de contato gelatinosas na superfície ocular. Trabalho de conclusão de curso (Mestrado) – Universidade Estadual de Campinas, 2017.

RAMOS, M. F. Problemas de visão. Trabalho de conclusão de curso (Licenciatura) – Centro Universitário de Brasília, Brasília, 2001.

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