Nervo óptico

Por Michelle Alves da Silva

Mestre em Ciências Biológicas (Universidade de Aveiro-SP, 2013)
Graduada em Biologia (Universidade Santa Cecília-SP, 2003)

Categorias: Sistema Nervoso, Visão
Ouça este artigo:
Este artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição!

O nervo óptico é constituído pelo agrupamento de fibras nervosas, as células ganglionares que saem da retina pela porção dos axônios (envolvidos por bainha de mielina e meninges) até o encéfalo. A função do nervo óptico é a de enviar a imagem luminosa que é convertida em impulsos elétricos nervosos até ao cérebro, estrutura que realiza o processamento das informações e o seu armazenamento.

A região onde ocorre o encontro de todos os axônios é denominada de disco óptico, local arredondado com 1,5 mm de diâmetro e com 25 mm de comprimento na posição intra-orbitária. É onde existe um pequeno espaço – confluência do nervo óptico com o disco óptico – conhecido como “ponto cego” (escotoma), pois não é possível enxergar qualquer imagem devido à ausência de receptores sensíveis à luz na área. Normalmente essa falha visual não é percebida pois um olho compensa o outro: cada olho capta as imagens ao seu redor, em pequenos movimentos oscilantes involuntários, pelas células sensíveis adjacentes, o que faz com que o cérebro elabore uma imagem com as informações provenientes dos dois olhos.

É possível enganar o cérebro para que seja possível a detecção do ponto cego:

•                             ꭓ

Como fazer: feche o olho esquerdo e fixe o olhar do olho direito no ponto à esquerda. Coloque a cabeça próxima do ponto e afaste lentamente. A uma certa altura é possível reparar que o ꭓ irá desaparecer. Como a informação visual está ausente, pois o outro olho não recebeu a luz pois está fechado, o cérebro não consegue completar a imagem.

Ilustração mostra a localização do nervo óptico. Fonte: Alila Medical Media / Shutterstock.com (adaptado)

A quantidade das células ganglionares pode variar entre os indivíduos, assim como as fibras do nervo óptico. O entrecruzamento parcial dos nervos ópticos é denominado de quiasma óptico, uma estrutura achatada e quadrangular, situada acima da hipófise, na sela turca e com artérias carótidas internadas de cada lado. O cruzamento das fibras retínicas possibilita a visão binocular:

O trato óptico é o conjunto de fibras dos feixes nervosos reorganizados que estão desde o quiasma até a região do corpo geniculado lateral (núcleo talâmico que recebe as fibras visuais). Circundam os pedúnculos cerebrais e findam nos corpos geniculados laterais, o que faz ocorrer novas sinapses.

O núcleo do geniculado lateral escolhe a informação que será transmitida em direção ao córtex visual primário (córtex estriado), localizado na superfície do lobo occipital (área 17 de Brodman), que irá processar os sinais visuais básicos, que irá transformar os estímulos em imagens. A via visual é conhecida como radiação óptica, que se dispersa e penetra nos hemisférios cerebrais – lobos occipitais, córtex visual.

Do mesencéfalo, algumas células ganglionares são projetadas do colículo superior ao núcleo pré-tectal. O colículo possui a função de controlar os movimentos sacádicos dos olhos, que são as mudanças rápidas de direção que o olho faz quando enxerga um ou outro objeto. Já o núcleo pré-tectal possui fibras que participam da regulação dos reflexos pupilares fotomotores, que é a constrição da pupila aos estímulos luminosos.

Referências:

BICAS, H. E. A. Morfologia do sistema visual. Medicina (Ribeirão Preto. Online), v. 30, n. 1, p. 7-15, 1997.

CENTRALX ATLAS. O atlas do corpo humano. 2018. Disponível em: <http://www.atlasdocorpohumano.com/>. Acesso 03/05/2018.

RIBEIRO, M. C. S. As cores e a Visão e a Visão das Cores. Tese de Doutorado – Universidade da Beira Interior, 2011.

TORTORA, G. J.; GRABOWSKI, S. R. Corpo humano: fundamentos de Anatomia e Fisiologia. 6. Ed. Porto alegre: Artmed, 2006.

Este artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição!