A inseminação artificial em tempo fixo (IATF) é uma biotecnologia utilizada para resolver as dificuldades encontradas no processo de inseminação artificial (IA) convencional, tendo por objetivo o controle da ovulação, através de protocolos hormonais. Esta técnica pode ser utilizada em diversas espécies, como ovinos, caprinos, bovinos e bubalinos.
Os protocolos de IATF preconizam sincronizar a onda de crescimento folicular, a fase luteínica e sua regressão e o momento da ovulação. Esta técnica foi desenvolvida em decorrência das baixas taxas de serviço apresentadas pela IA no mundo todo, em razão da dificuldade da identificação do estro.
As vantagens do programa de IATF em relação a IA são diversas, como:
- Inseminar um grande número de animais em um curto espaço de tempo
- Facilitar o manejo do rebanho
- Aumento da produtividade devido à melhoria genética
- Controle sanitário de doenças sexualmente transmissíveis
- Padronização dos animais e com maior potencial de produtividade
- Uniformidade dos lotes
- Diminuição do custo de aquisição e manutenção de touros
Existem pré-requisitos que devem ser seguidos para a implantação de um protocolo de IATF em um rebanho:
- Vacas paridas a mais de 40 dias
- Vacas com escore corporal 2,5 ou mais
- Deve receber uma alimentação suficiente e adequada para não perder peso
- Controle sanitário eficiente
- Veterinário capacitado para implantação de um programa de IATF
- Mangueiro e mão-de-obra adequados para a realização da inseminação
- Inseminadores experientes
- Utilizar somente sêmen de touros com alta fertilidade
Os protocolos hormonais utilizados na IATF foram desenvolvidos devido ao aprimoramento dos conhecimentos da fisiologia reprodutiva da fêmea. Desta maneira, existem diversos hormônios que ao serem administrados, podendo ser através de injeções intramusculares e/ou através de implantes de liberação lenta, simulando o ciclo estral normal da fêmea, permitindo ser feita uma programação da IA para um determinado dia e hora (tempo fixo).
Dentro da gama de hormônios mais utilizados estão: as prostaglandinas F2α (PGF2α) e seus análogos sintéticos (progestágenos) que geralmente são administrados na forma de implantes vaginais ou auriculares, proporcionando uma liberação gradativa deste hormônio; estrógenos (sintomatologia do cio) e gonadotrofina (LH e FSH) utilizados como indutores da ovulação. É importante ressaltar que os fármacos e hormônios utilizados não prejudicam as fêmeas, pois são substâncias iguais, ou mesmo, similares às que participam do ciclo estral natural, e após seu efeito, não interfere em ciclos posteriores, muito menos geram resíduos no leite e na carne.
A primeira impressão o custo desta tecnologia parece ser elevado, mas na realidade, seu custo-benefício é extremamente vantajoso, pois os aumentos na produção compensam os valores investidos na técnica, levando lucro ao produtor.
Fontes:
http://www.infobibos.com/Artigos/2007_4/Inseminacao/Index.htm
https://web.archive.org/web/20100919135850/http://abspecplan.com.br/iatf/artigos_tecnicos/D/Manual%20IATF%20Resumido.pdf
https://web.archive.org/web/20090228073252/http://www.tecnopec.com.br:80/index.php?iatf
https://web.archive.org/web/20090628181350/http://www.neogengenetica.com.br:80/art02.html
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/zootecnia/inseminacao-artificial-em-tempo-fixo/