De acordo com os padrões internacionais (ISSO 8402), rastreabilidade é definida como a habilidade de descrever a história, aplicação, processos ou eventos e localização, de um produto, a uma determinada organização, através de registros e identificação. Em outras palavras, rastrear é manter os registros necessários para identificar a informar os dados relativos à origem e ao destino de um produto. Esse sistema de controle registra todas as ocorrências relevantes ao longo da vida do animal, desde o seu nascimento até o abate.
Esse processo tem como finalidade garantir a sanidade do produto que oferecemos, pois com ela somos capazes de identificar quando foram produzidos e comercializados todos os nossos produtos, permitindo que seja possível a busca desse mesmo em qualquer ponto de venda (recall). Deste modo, podemos identificar todos os lotes produzidos em um dado dia, conferindo segurança ao processo, sendo este um diferencial do produto rastreado, agregando, assim, valor a cadeia produtiva.
Episódios de crises ocorridos recentemente, como a encefalopatia espongiforme bovina (“doença da vaca louca”, ocorrida na Europa) e a febre aftosa, afetaram o comércio severamente e reafirmaram a necessidade de melhorar os métodos para o rastreamento de animais vivos, bem como seus derivados. Na União Européia, foram promulgados textos legislativos para aplicar tais melhorias. Todavia, existem poucos estudos sobre as técnicas e métodos utilizados nas diversas partes do mundo.
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) publicou a Instituição normativa n°1, de 1° de janeiro de 2002, instituindo o Sistema de Identificação e Certificação de Origem Bovina e Bubalina (SISBOV), o que é gerenciado pela Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA).
O SISBOV é um conjunto de ações, medidas e procedimentos adotados para caracterizar a origem, o estado sanitário, a produção e a produtividade da pecuária nacional e a segurança dos alimentos provenientes dessa exploração econômica. Este é um sistema de adesão voluntária, sendo obrigatória apenas nos casos de comercialização para mercados que exijam a rastreabilidade nos moldes instituídos.
O SISBOV objetiva identificar, registrar e monitorar, individualmente, todos os bovinos e bubalinos nascidos no Brasil ou importados. Os procedimentos adotados nesse sentido devem ser previamente aprovados pelo MAPA.
A rastreabilidade é feita por meio de um chip eletrônico colocado no animal, externamente (acoplado a um brinco) ou internamente (inserido no rúmen do animal). Este chip carrega toda a informação de vida do bovino ou bubalino, sua origem, alimentação, manejo de vacinação, etc, cujos dados são abastecidos por um programa de informações específico. A leitura dos dados ocorre por meio de um sistema instalado, normalmente, no curral, que identifica o animal quando este encontra-se presente.
O sistema de rastreabilidade é uma ferramenta para controle efetivo da propriedade, individualizado por animal, sem erros, dispensando o uso de papéis, possibilitando a exportação desses produtos para mercados mais exigentes, como a União Européia, além de permitir um melhor controle sanitário.
Fontes:
http://www.simcorte.com/index/Palestras/t_simcorte/02_ricardo.PDF
http://www.sirb.com.br/apresentacao.php
https://web.archive.org/web/20110429012630/http://www.editora.ufla.br:80/site/_adm/upload/boletim/bol_55.pdf
http://www.embrapa.br/imprensa/noticias/2003/maio/bn.2004-11-25.0954651307/
http://jararaca.ufsm.br/websites/departamen/download/cqia_09_2/rastrea_01.pdf
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/zootecnia/rastreabilidade-bovina/